23 dezembro 2009

Quem saberá?

Gosta de fatos
Gosta de gatos
Gastos escassos
Gatos de laços
Uns tem nossos traços
Outros, abraços

Um fala de dentro
outro do lado de fora
o que era lamento
não mais é agora
se um erra
o outro adora
fora, um beijo doce
(que a libido aflora...
um álibi?
antes fosse)
dentro, gosto de amora

19 dezembro 2009

Lavagem

Fundo
Fundamento
Fundos
Fundação
Manda
Mandamento
Manto
Mantimento
Sento
Sentimento
Lama
Lamento
Cabe
Cabimento
Aparto
Apartamento
Rego
Regimento

Capricho

Mesmo que os pássaros não cantassem mais
Ainda que o sol não me aquecesse
Eu a teria ainda como a maior falta
Eu a teria como prioridade

Provei da sinceridade o sabor
Pela manutenção da minha sanidade
Tomei do cálice do amor
Pra cegar minha dor

Você nos braços de outro ser
Me vejo enlouquecer
Sem a sua
Devanecer

Nem seu amor por mim é meu
Nada é
Ainda sim, sinto como se fosse
Seu gosto doce

De dentro coisas estranhas
Vento frio das entranhas
Tudo tem um novo aspecto
De um outro espectro

O que faz ou deixa de fazer
A minha vida perecer
Não é o fato de você compreender
Mas do que vem a ser

14 dezembro 2009

Força de expressão



Me reservo no direito
(cada um na sua)
Me reservo do direito
(pra fazer errado)
Me reservo em casa
(e não ter nem a caça
muito menos ser caçado)
Me preservo intacto
(inato)
Conto contratos comuns
Defiro aos diferentes
Amigos escolho pelos dentes
(pra parecer mais normal)
O resto, mato a pau

Algum dia talvez eu pague
(até agora nunca ninguém pagou)
Quem sabe eu aprenda
E caia à(a) venda
Alguém me compre
(me mostre que o homem se corrompe)
Meu mestre me faça dormir
(e no sonho finalmente sorrir)

O que sei é que nada disso acontecerá
Porque do passado não aparecerá
Nenhuma história nova
Só se alguém disser
Que naquela cova
(contendo nenhuma prova
só uma vida partidária)
Tem que haver reforma agrária

13 dezembro 2009

Aquilo que não é

Não sinto falta
Não sinto calma
A palma
Alma

Não te amo mais
Não tenho fome
O homem
Capaz

Dividido nada
Vivido tudo
Uma fada
Casulo

De fora pra dentro
Sabido, lamento
Um Sonido
Silêncio

Quanto menos pôr
Mais longe
Um amor
Elefante

Forte o bastate
Pobre falante
Um achado
Passado

07 dezembro 2009

Sobretudo

Queria um lugar para deitar
Bebia pra não ver o tempo passar
Passava a beber para sonhar
Sonhava com um sonho bom
Pensava que precisava saber
Sabia que precisava pensar

19 novembro 2009

Cinzas

Sobre o saibro sóbrio sobra sabre
Tralha de uma batalha grisalha
Mangue de sangue, um bang-bang
Épica época hípica
Nenhuma haste em contraste que baste
Já era hora de amora
Espíritos a espreita
E a mera mira que no muro mora
Agira agora como um angorá

08 novembro 2009

Contra-bando

Com medo eu suavisei a morte
Com um dedo eu avisei a sorte
Que do corte inerte
Havia sangue vermelho
Vermelho bem forte

Me chamam de sério
Talvez eu até seja
Eu não me importo
(De certa forma)
Então que não me veja

Pois quanto mais eu corto
Mais ela almeja
Seja sangue vermelho
Seja sangue cereja

Abria no peito
Sobrava nos ombros
Dizia sem jeito
"Na vida dois caminhos
Mas nenhum é eleito"
Abria ferida
Fazia desfeito

01 novembro 2009

Em segundos...


Em um segundo eu quero um quarto que tenha um cesto com um terço seu.

Extra temporal

Em meio a tanta luz não sabia onde olhar
Era como vários tipos de flores no pomar
Sabia que era difícil se concentrar
Escolhia uma só para oferecer ao mar

Não sabia ao certo por que apenas uma
Não via como desobedecer
Era estranho mas sempre foi assim
E assim é que tinha que ser

Claro que era estranho
Ele não era desse mundo
Vinha de outro lugar
Deste, não estava a par

Ficava mais fácil de seguir
Comer o pão ao invés de sair
Comprar ou vender
Não via como desobedecer
Era estranho mas sempre foi assim
E assim é que tinha que ser

Era deselegante
Era falante
Era errada
Errante amante

25 outubro 2009

Um nome

Ela tinha o nome que escolhia. A verdade é que ela tem vários nomes, ou um nome só e vários significados. A partir do momento que ela se via sozinha adotava um novo nome. Aquele que cabia mais fácilmente não era escolhido. Tinha que ser apertado... ou largo demais. De fato, os que não coubessem ela fazia caber. Podia ser rotulada como uma estilista de sentimentos, nomes, vontades...

A medida que usava um novo nome se via desfigurada. Mas a verdade é que ela experimentava o que a vida lhe dava mais do que qualquer outro. Tinha o tino pra saber a hora de sair e a hora de entrar. Vinha sempre sozinha, mas acompanhada de tantas outras, mesmo que sejam todas ela, que qualquer um se dava por satisfeito com apenas a sua presença.

Vigia os comportamentos dos outros, seus nomes e suas vestes. Cada pedaço de conhecimento do mundo lá fora tinha gosto de algodão doce. Ela era viciada nisso e não escondia. Dar um nome pra ela é como vestí-la. E é engraçdo como ela veste qualquer um que você dê. Sabe onde retocar, e o faz com um estilo próprio.

Ela andava desapercebida. Com um guarda-roupas cheio. Era difícil não se apaixonar por ela, pelo seu jeito de vestir, seu modo de andar e seu silêncio. Agora mesmo ela não estando mais sozinha, ainda troca de nome. De acordo com ela é uma estação. Vejo seu desfile a cada dia e tem sido umas das poucas coisas que me fazem feliz de participar.

23 outubro 2009

Do início ao fim






Da vontade, o cansaço
Do bom senso, o lenço
Do amigo, a mão
Do orgulho, escorregão
Uma sombra, dois irmãos

Do afago, a ilusão
Da ternura, obrigação
Do escondido, uma luz
Um céu, dois azuis

Do prazer, a dívida
Do amor, a dúvida
Das minhas às suas
Uma palavra, duas linguas

27 setembro 2009

Contagem

De dia uma vida à frente
Cheia e diferente
É saída, nascente

De tarde uma vontade imensa
Que arde uma saudade tensa
Quem vê, sabe, pensa

De noite uma lista longa
Quem sabe o que ela conta?
Amanhã a gente apronta

15 setembro 2009

Retalho

Cabia dizer sim
Sabia dizer não
Via tudo de longe
Via de uma mão

De perto era belo
De modo furtivo
Desperto e leve
Desnudo e descabido

Senta forte
No meu calo
Senta, calado!
Não me calo!

Sabia dizer sim
Cabia dizer não
Via de um só modo
Modulação

12 setembro 2009

Culpa

My Dear Mountain,

             Foda é saber que você tá longe e descobrir que, ainda sim, esteve agora a mais próxima de mim que nunca. Escrevo essa carta não para te fazer acreditar, e sim me fazer entender que bastou a gente dar um passo pra busca pelo outro se tornar eterna contra a busca de desinteressantes/desinteressados.
             Queria ter a certeza, mas ela só me fez deixar as coisas pra trás. Então eu só quero ter a dúvida e a dívida de me/nos dar aquilo que é de direito nessa porra de vida. Ainda não sei se te agradeço ou te puno por me mostrar a "sujeira" por de baixo do tapete... De qualquer forma, somos culpados.

10 setembro 2009

Quem é ela?



Quem é ela? Quem é ela?
Se esconde, se esconde
Atrás da janela!

Talvez eu não tivesse procurado
Talvez não fosse o momento
Talvez ela tivesse me achado
Mesmo eu aqui dentro

Talvez eu a convide
Talvez ela aceite
Talvez a gente se encontre
De uma forma diferente

Talvez doa pouco
Talvez doa muito
Talvez só descubra
Se for mais a fundo

O que é isso? O que é isso?
Tome cuidado, tome cuidado!
Pode ser compromisso

Talvez compre uma bicicleta
Talvez case com ela
Talvez sejamos felizes
De uma forma indiscreta

Talvez seja carinho
Talvez algo mais
Talvez uma forma de dizer
Do que pode ser capaz

Talvez ela vá embora
Talvez não
Talvez a tempo perceba
Que nada foi em vão

Cadê ela? Cadê ela?
Não vejo nada, tudo escuro!
Traz uma vela!

Talvez sinta falta
Talvez mude de cor
Talvez a gente descubra
Como sarar essa dor

Talvez eu não soubesse
Talvez fosse paixão
Talvez ir embora
Não seja dizer não

Talvez eu me esconda
Talvez veja melhor
Talvez não lembre
Dessa vida de cor

Quem é ela? Quem é ela?
Se esconde, se esconde
Atrás da janela!

08 setembro 2009

Minimalista

Pedindo o mínimo eu tive tudo
Pedindo o mínimo vivi mudo
Pedido mínimo submundo
Pedido e tido, submudo

Incrível como sou capaz de me surpreender
Incrível como sou capaz de surpreender
Incrível como sou capaz
Incrível como sou
Incrível como
Incrível!

28 agosto 2009

Reflexos a sós


Se eu pudesse com fotos pintar meu passado
Traria você pra mais perto de mim
Se eu pudesse com fatos contar meus segredos
Trairia a todos com o meu medo

Só agora eu deixei você entrar
Trocar a estante de lugar
Só agora eu fui sincero
E disse que você é o que eu quero

Tive chances de estragar tudo
Mas não pude assim fazer
Pois negar que era oportuno
É dizer que não foi um prazer

23 agosto 2009

Troca


- Onde está aquela sua magia de antes?
- É, ...naquele tempo você não me conhecia.
- Então quer dizer que o desconhecido trás glamour?...
- Sim.
- ... e o conhecido, vazio?
- Não.
- Então o que quer dizer?
- Não quero, é você que sempre o faz. Eu falei e você disse.
- Hum, ok. Ficou triste por eu ter dito que você estava sem magia?
- Não, até porque, você não disse isso. Afinal, não saber aonde está aquela minha magia de antes não caracteriza que eu esteja sem alguma magia, certo?
- Hum... certo(?). Acho que fiquei sem graça agora.
- Pois então saiba que se assim estivesse não estaria conversando com você.
- Algum problema em eu estar sem graça?
- Todo. Pois que graça teria? :)
- hahahaha, engraçadinha!!
- Justamente. :P
- Acho que encontrei a magia.
- É, talvez ela não estivesse perdida em mim e nem em você.
- Como assim?
- Eu penso que a magia não está em nós, e sim entre nós.

08 agosto 2009

Ex-pirita marca dor

O que me faz esquecer
É o que me faz lembrar
Antes eu pensava em agradecer
Hoje quero celebrar

E da vontade de ser interessante
Caio na armadilha do mundo
Vendo meus direitos com medo
Devendo dívidas de dúvidas de outro

Sigo o que for mais incerto
Na certeza de me enganar
Crio histórias antigas
Pra pedra eu saborear

Daqueles que eu não esperava
Um conselho veio a calhar
De ser um verdadeiro amante
Mesmo sem ter nada pra amar

29 julho 2009

Recusado

No tempo de sair
nem pude reagir
no tempo de voar
nem pude decolar

Sai do rascunho
Virei forma feita
Abri um vinho
da outra colheita

Prometi a mim mesmo
Abracei meu legado
Recusei de primeira
Mesmo impressionado.

18 julho 2009

Solidez

Chorar não é se demonstrar sensível, mas sensíbilizar o demonstrável.

08 julho 2009

Impedido


Era um pedido de despedida
uma vontade de não ir
duas mãos acenando
uma chuva se armando

Fiz um pedido à nossa senhora
um contrato e uma penhora
pra dizer aos que foram
- Não prolonguem a demora

Fico à espera da volta
comendo aquilo que sobrou
na cabeça descabida
ainda guarda o que sou

Devia mesmo era parar de pedir
não esperar nada de ti
reprimir meu medo de perder
coragem do erro cometer

05 julho 2009

Trivial

Tento tanto até que me tentem
me meto no mito no meio do mato
canto o quanto quero em qualquer canto
visto a veste vasta à vista
ser caro como clero
claro que quero

01 julho 2009

Elástico

Queria fazer um comentário
pôr você no meu inventário
te pegar no conto do vigário
te cantar tal qual canário

Não sei como isso foi aparecer
essa idéia de me esquecer
mas saiba que um dia
de verdade vai acontecer

Olhos de fora me vêm apático
olhos de dentro falam verdade
não quero parecer dramático
mas de você eu tenho saudade

-------------------------------

Escrito graças ao post da Carol :)

24 junho 2009

Quarto vago


O fato era que os dias começaram a se parecerem demais
O tempo de algum modo estava indo para trás
Tudo era já conhecido
Era pra ser estranho
Mas já tinha sido

Palavra por palavra
Tento escapar da mesmice
Boicotar a babaquice
Catar o que caísse

O mesmo papo
A mesma conversa
Não é possível
Não é conversável
Nem conversível
é previsível

Não precisa ser vidente
Nem ser inteligente
Se já não tinha estrela-cadente
Meu futuro era evidente

18 junho 2009

Vista grossa


A gente era só intriga
e na hora de se entregar
na íntegra
só um não pode integrar

Se você soubesse a falta que me faz
de ter um caso pra correr atrás
do medo de perder
do seu beijo com um quê a mais
ter, perceber
me ver capaz

Mas tem um pouco que não volta
um pouco que não faz falta
um ritual teimoso
de você ser a contralta

Talvez nem eu saiba
de onde a falta vem
só não quero que aqui caiba
com o que já contém

12 junho 2009

Mutualismo


Um frio por toda parte
Uma vida que imita a arte
Um sopro de solidão
Um suspiro que vem de marte

O meio entre nós
Se torna um algoz
Dia a dia, fato a fato
Era ditongo agora hiato

Um frio por toda arte
Uma vida que imita uma parte
Um sonho sem ilusão
Um topo sem aste

12 maio 2009

faz de conta


- "Tem um ditado que diz assim..."
- "Posso te contar um segredo?"
- "Eu sei, eu entendo..."
- "Fui eu!"
- "Não fui eu!"
- "Como foi seu dia?"
- "Oi!"
- (silêncio)

As vezes a gente só quer ser aceito.

06 maio 2009

Campo-divisão


Aos 10 anos ele sabia o que queria
Sabia que ia crescer
Sabia o que ia fazer
...As vezes não queria saber

Foi se auto-consultando
de cima do telhado
Investigando as estrelas
uma a uma, lado a lado
que ele viu de uma só vez
o que antes não tinha olhado
diante da sua tez
seu destino mal criado

Mal criado coletivo
do montante ativo
incolor massificado
carne de gado

Se já com essa idade
de longe o mais sabido
de perto mais um perdido
solto na cidade

Viva! "de agora em diante..."
"assim é que se faz!"
"daqui pra frente..."
"é agora ou nunca mais"

26 abril 2009

Abertos demais


Mundos diversos
bancos dispersos
um ônibus, uma janela, um bar
outra vida, outro olhar
caso optado
surdo ou calado
fatos de um lado
livros do outro
sinto-me solto
pouco envolto

Dos poros chorei
a culpa do direito
direitos da lei
de tudo que vi
do preço da escolha
seja o for, percebi
que pra consertar os olhos
a gente precisa fechá-los.

21 abril 2009

Sem título

A inspiração não vem de mim, eu a moldo. Engraçado perceber isso, mas é assim que é. Eu me vejo como um catalisador das coisas que leio e das novas associações que faço quando dou a sorte de me encontrar com combinações de fatos e notícias que antes a mim foram ignoradas. Fico muitas vezes esperando que algo aconteça. Esperar..... essa tem sido uma das minhas melhores façanhas ultimamente. Não que eu tenha esperado com paciência, sabedoria ou por opção, mas sim por enganação. Sim, um bom mentiroso, daqueles que mentem com medo da verdade. E quando ela chega me torno um ladrão, que rouba a verdade e tem a audácia de colocar em troca algo de menos valor para que a falta seja substituída pela loucura.

27 março 2009

Metadentro


Música alta nos fones de ouvido - começo a andar.
Minha vida parece ser um clipe infinto que só cessa quanto aperto o pause do tocador - aumento o volume.
O silêncio interrompe de uma faixa pra outra - atravesso a rua.
Um show visual que insiste em me tirar do meu mundo - mudo de faixa.
Volto pra casa e a única coisa que me acompanha hoje é a minha incerteza e o desejo de ser surpreendido pela música do meu celular me chamando pra sair - tiro a roupa.
Entrego meus desejos e anseios à água quente do chuveiro - deixo o rádio ligado.
Seco meus sonhos, escovo meus dentes e durmo... sem música.

11 março 2009

Guerra fria

Trago a S.I.D.A
Ávida por um corte
Trago a vida
Ácida como a morte

Corre a droga
Cor de fundo
Tomo nota
Tom imundo

Todos têm
De mim dó
Sou mais eu
Enfim só

26 fevereiro 2009

T(C)úmulo da esperança


Era rica de lembranças
que sabia de cor
dos males o pior
vivia a se lembrar
morria pra esquecer
nascia pra celebrar

Desde que morreu
aquela que só era planejar
que não sabia que sabia amar
agora era sol à beira mar

O osso que assumira
o que mais ela queria
fora ócio dia a dia
no que nada lhe valia

Sentia na pele
aos olhos da cara
que como um espelho que repeli
a carne que era rara

Eu ainda a queria
toda forte
toda pra mim
era como dizia:
não era sorte
ela era assim
era como vivia
uma vida de morte
uma morte sem fim

03 fevereiro 2009

Gramafone

Sérios rostos
dia-a-dia
Seriado

Caros amigos
longa data
Cariado

Ares férteis
raros efeitos
Areado

02 fevereiro 2009

Som-neto

Falta valsa
Falta flauta
Falta alça
Falsa falta

Sinto indo
Sinto vindo
Sinto vinho
Vinho tinto

Faz de novo
Faz de conta
Faz de bobo
Bobo eficaz

23 janeiro 2009

O Espelho de Narcizo


Quero deixar claro o bem que me faz
E assim fazendo, te faço mais
Roubando pra mim o que cada pedaço trás
O máximo que sou capaz

Pra mim você é assim, séria e sincera
Apaga um pouco do que ninguém afaga
Compra caro sem ter o faro
Pule o que eu engoli

Seja abstrato ou um trato
não me corrói nem dói
Se eu a quisesse pegar
às minhas mãos ia faltar
E não é por medo que eu a preservo
é pelo seu poder que eu me enxergo

15 janeiro 2009

Cronodiálise

Estava ele sentado observando a vida alheia
onde sorriam os viventes e seus dentes
Estava ele calado vivendo alheio
quando alado corria ao lado

E ele cobra os que cobram
e sobra cobra na manobra
sobre cobre na mão nobre
"eles que se dobrem"

Ela beija do meu lado
eu a vejo e me beijo
ela julga minha fuga
então me prendo e compreendo
que não estava perto nem esperto
estava longe como monge
mais endereço do que pareço

Estava eu sentado observando a vida dele
onde dormiam os dormentes zen
Estava eu calado vendo o tempo
quando o quando era mais do que com quem

09 janeiro 2009

Outono



Enfileiradas de forma anômala
compartilhando a desordem do mundo moderno
abarrotadas de desinformação
compradas pelas orelhas
sendo conceituadas pelas capas
que no começo vêm maduras desde criança
folha por folha
e saem, em sua maioria, secas ou podres
são elas ... as palavras dentro das idéias
cada vez mais as primeiras contorcem as últimas
e ai você pensa
tudo isso é pouco... sempre é.



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