31 julho 2010

Sintético

Se eu tivesse coragem plantava uma árvore
Se eu contasse a verdade eu diria que que a palavra não é coragem
Não é que eu conte mentiras, mas é que eu não sou daqui, sou de lá
E de lá não dá pra ver vocês direito, então eu interpreto mal
Mas que mal tem em ser mal interpretado?
Tantos bons nomes o foram, serei apenas mais um, mas um mau
Se eu ainda estou aqui, então é prova cabal
E não saio nem a pau

Se eu tivesse coragem não contava até três
Se eu guardasse o que sinto, talvez
E como acabo com isso de vez?
Mas que mal pode ser maior que o que sinto?
Minha fala tem venenos que eu desconheço
Tramo tanto que me omito, minto
Um pouco disso até que mereço
Mas esqueço que tenho medo de mim, não de você
Você eu fecho a porta na cara, desligo o telefone, não ligo
Eu estou sempre aqui

28 julho 2010

Provavelmente

Ela não sabia que caminho pegar. Pegava qualquer condução que a fizesse pensar que estava em movimento... e mais rápida do que era capaz de calcular não importa para onde estivesse indo. Tinha um jeito doce de pedir carona que deixava o dono da carruagem não querendo chegar em seu destino próprio, pois assim a deixaria também (ou não, mas isso ninguém saberia responder).

A soma dos caminhos desencontrados percorridos era enorme. Para qualquer um que a visse daria-a quilômetros, como viajante. O problema, principalmente para ela, era que se via muito perto ainda de onde tivera um dia saido com as trouxas nas costas. Havia ainda um sentimento, talvez, de que não tivesse partido. A partida sim era difícil, o desatar, o adeus. A segurança de um lugar conhecido ganhava da busca pelo novo. Ela teimava em dizer que estava indo longe, que com os viajantes aprendia sobre novos mundos afora... mas que ela nunca esteve. Quem sabe esteve, mas voltara?!

Começava a ganhar rugas não pelo tempo, mas pelas caminhadas desperdiçadas. Buscava um lugar para descansar quando o real cansaço era de ficar parada. Fugia mesmo era de um rosto conhecido, de ser conhecida, de conhecer a si mesma. Mal sabia ela que pra sair de dentro teria que deixar outro entrar.

24 julho 2010

Vlog

Olá meus caros leitores,

             Agora no intuito de também divulgar esse blog eu resolvi começar com um vlog. Para quem acompanha meu trabalho aqui agora também poderá ver meus vídeos. O link para o canal agora estará sempre aqui em cima no menu principal. Pra você que está com preguiça de clicar aí em cima vai o link aqui: http://www.youtube.com/user/murilonm

             Caso vocês gostem dos vídeos e queiram receber as atualizações que eu for fazendo ao longo do tempo, se inscrevam no canal.

Atenciosamente, eu :)

10 julho 2010

Tiro livre indireto

Era pra me sentir sedento, sem ninguém olhar
Mas fiquei isento, pra variar
Tinha um nome comum, mesmo assim vou elogiar
Não era pra eu ter dito isso, não vou negar

Ensaio para não estragar
Ensaio para não atuar
Atuo para não disfarçar
Estrago por não atuar

Viajo para não ver
Não vejo para não viajar
Não viajo para não começar
Começo a não acreditar



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