28 julho 2010

Provavelmente

Ela não sabia que caminho pegar. Pegava qualquer condução que a fizesse pensar que estava em movimento... e mais rápida do que era capaz de calcular não importa para onde estivesse indo. Tinha um jeito doce de pedir carona que deixava o dono da carruagem não querendo chegar em seu destino próprio, pois assim a deixaria também (ou não, mas isso ninguém saberia responder).

A soma dos caminhos desencontrados percorridos era enorme. Para qualquer um que a visse daria-a quilômetros, como viajante. O problema, principalmente para ela, era que se via muito perto ainda de onde tivera um dia saido com as trouxas nas costas. Havia ainda um sentimento, talvez, de que não tivesse partido. A partida sim era difícil, o desatar, o adeus. A segurança de um lugar conhecido ganhava da busca pelo novo. Ela teimava em dizer que estava indo longe, que com os viajantes aprendia sobre novos mundos afora... mas que ela nunca esteve. Quem sabe esteve, mas voltara?!

Começava a ganhar rugas não pelo tempo, mas pelas caminhadas desperdiçadas. Buscava um lugar para descansar quando o real cansaço era de ficar parada. Fugia mesmo era de um rosto conhecido, de ser conhecida, de conhecer a si mesma. Mal sabia ela que pra sair de dentro teria que deixar outro entrar.

4 co-mentários:

Anônimo disse...

Ahn??

Claudia Cavalcante disse...

Surpreendente a identificação q tive c o texto.

Rodrigo Gusmão disse...

O hífen no "Co-mente" e o conteúdo subjacente no texto denunciam a Psicologia (pra não dizer Psicanálise) presente! Correto? Gostei muito do texto! Não é fácil mesmo se aventurar no desconhecido, mais difícil deve ser se desatar do que já é estabelecido e sair da zona de conforto! Continue, por favor! Valeu!

Anônimo disse...

gosteti muito da msn!
continui assim !...



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