26 novembro 2011

Olhos

Olhos nos olhos, olhos atentos, movimentos. Tudo se transformou de uma hora pra outra em um espetáculo, uma dança de ballet. Ele não sabia muito bem pra onde olhar com mais atenção, só sabia que não podia perder o que estava acontecendo diante de si.

Seu lugar sempre tinha sido o da platéia, mas mal percebia que ele também era o protagonista de um espetáculo tão grande quanto aquele que assistia. Achava que usava um disfarce a vida toda, mas ali estava aquela que via tanto o show como o que estava por de trás das cortinas.

Havia um misto de sentimentos, movimentos. Ela, sem perceber também, ao se inibir dava a ele todo o holofote que ele queria.

Dois contrários se igualando. Tudo era novo, mas tinha um quê de déjà vu, só que não com eles. Livros, histórias, contos, músicas, poesias descreviam o que só agora fazia sentido. Era o silêncio. Silêncio que trazia a calma de quem encontra aquilo que estava procurando. O alívio.

Não era mais preciso procurar, agora boa parte de suas energias se focavam em entender essa coisa diferente.  

E é claro que tudo tem um fim.
Mas talvez não seja uma despedida, talvez seja parte da dança. O segundo ato, o terceiro ato... até que as luzes se acendam.

A platéia nunca mais olhou pro mundo lá fora da mesma maneira que antes. É tudo uma mentira que promove a verdade. É a fantasia que permite a realidade.

1 co-mentários:

Leticia disse...

lindo lindo lindo texto!



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