27 setembro 2007

Liberdade



Eu nem sei por onde começar agora
(As vezes me pergunto se um dia eu soube)
Tento escolher, mas alguma coisa atrapalha
Não sei se foi eu quem ajudou pra que isso fosse assim

São tantas opções que eu me perco
E se acho, fico em dúvida de optar
Será que a vida é isso?
Bom, pelo menos se não for ainda não sei como é

Me parece que estou preso
Mas o mais engraçado, me sinto livre
E agora mesmo eu me pergunto
Eu optei por isso?

Liberdade é poder escolher
Poder escolher em que prisão queremos ficar
(Isso sim é um grande paradoxo)
E se no final não fosse escolha
Ainda há liberdade.
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26/03/2007.

16 setembro 2007

Muda



Se um dia eu voar pra bem longe
Pode ficar com as minhas meias
Com as meias verdades
E com tudo mais que você encontrar

Se eu não for pra nenhum lugar
Você pode ficar, contudo...
Contudo não seja muito oportuno
Prefira se opor a tudo

Caso eu mude
Mude meu caso
Casando as mudas
Mudando-as de casas

Prefiro eu ficar aqui
Por que vejo tudo diferente
De um lugar bem conhecido
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Escrito em 26/03/2007.

11 setembro 2007

Brinco de boneca


Imagem: Lia Fenix


Brinco de ser modelo
Brinco de boneca
Sinto como se fosse alguém
Cinto de boneca

Venda a minha alma!
Venda de boneca
Pelos mesmos caminhos
Pêlos de boneca
Saia da vitrine
Saia de boneca

Visto tudo isso
Visto a boneca
Meio-termo é a máscara
Meio boneca
Meio mulher

08 setembro 2007

Viagem




Eu quero ser uma viagem
Pra bem longe
Pra não sei onde
Dessa vida selvagem

Uma viagem de férias, descanso
Praia, sol, vento e nuvens de algodão?
Sabe, delas nunca me canso
pode ser rápida, passageira, por que não?

(- O que vai ser senhor?
- Ida e volta?)
Só existe a ida, a partida
E quem volta apenas vai de novo
(- Vai sozinho?)
E todos iriam comigo
Uma viagem alegre e sem rumo

Obrigado por ter ido comigo
(- Volte sempre!)

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Resposta ao post da Clara. (21/01/2007)
Alias, está também como um dos comentários.
Já está monopolizando meus posts. :)
Na próxima prometo que volto a escrever algo atual, voltar ao modelo clássico.

06 setembro 2007

Falta




Sinto falta do olhar
Do encontro de dois mundos
Do jogo que não tem perdedor

Penso que nesses dias
Eu era mais distraído
Mais amante e sutil
Andante sem rumo

Hoje sinto, falta sentir
Sinto, se pra você não falta
Falta, se você não sente

Frases desperdiçadas
Amores traídos
Sonhos cansados
Palavras sem sentidos

Não quero me cansar
Estar na rotina
Pois mesmo sendo um dia da dor
O outro é da folia

Tá no olhar
Tá no ar
No coração do amante
A vontade de amar

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Outro texto meu escrito em Março de 2007.

03 setembro 2007

Obrigado



Foto: Tracy Hebden

Todos somos anônimos
Eu sou, assim como você é pra mim, anônimo
Escreva o que achar necessário
leia o que te der vontade mas, mesmo assim você o será.
Meu blog é anônimo
Anônimos são os que gostam dele
Anônimo é que eu sinto sobre isso
E na maioria das vezes o resto também

Faça algo diferente como os outros
Não leia até o final
Não ligue para os outros
Não deixe seu depoimento
Não conte com os amigos
Não tenha amigos
Não escreva poemas
Não fale palavrões
Pois desse modo, quem sabe(?)
Anônimos diferentes seremos, obrigado!

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"Este blog não permite comentários anônimos."
Lendo essa frase na parte de comentários do meu blog eu pensei que algo sobre isso deveria ser dito.

02 setembro 2007

Ímpeto sem explicações



Eu:

Se meus estudos se mostrarem menos exigentes
Se meu tempo quiser mais
Eu vou estar lá

Se duas vezes eu pensar
Tarde logo será
A atitude que outrora
Deixei passar

Falo agora por não ter amarras
Solto-te toda
Deixando nada pra trás
Pra que ninguém tente te encontrar

De todas a mais bela
A única entre muitos
Que vem a mim sem medo
Que parece tão de perto

Falo em códigos pra esconder meus desejos
Peço pra que ninguém mais saiba
O que por trás dessas palavras
Eu discorro sem que me caiba

Volto de onde eu vim
Por não saber pra onde vou
Perco um pouco de mim
Ganho porque agora nada sobrou

Ela:

"Case-se comigo
Antes que amanheça
Antes que não pareça tão bom pedido
Antes que eu padeça

Case comigo
Quero dizer pra sempre
Que eu te mereço
Que eu me pareço
Com o seu estilo

E existe um forte pressentimento dizendo
Que eu sem você é como você sem mim

Antes que amanheça, que seja sem fim
Antes que eu acorde, seja um pouco mais assim
Meu príncipe, meu hóspede, meu homem, meu marido."

Eu:

Por isso que eu gosto de você
Você tem um gosto e um jeito de pôr isso
Que sobretudo é simples
E no mínimo é o máximo!

Sempre deixa um pouquinho mais
E melhor que sobre tudo
Pra que caso eu queira mais, tenha
E caso eu tenha
E você queira mais
Caso com você

Ela:

"hoje eu acordei tão só
mas só do que eu merecia.

eu acho que será pra sempre
mas sempre não é todo dia."

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Todos os créditos das escolhas dela são para Maria Clara e os outros pra mim.
Foi uma conversa no orkut que houve em março (2007).

Referências dela:
Ela 1: "Case-se Comigo" (Vanessa Da Mata)
Ela 2: "Sempre não é Todo Dia" (Oswaldo Montenegro/Mongol)

01 setembro 2007

Pensamento Diminuto, conversa fora



Cada vez mais curtos estão meus versos
Da reciclagem cruel e egoísta
Pensamento de minutos
Versos diminutos
Se esvaindo
Indo...

Força!
- "Você consegue!
- Talvez com mais palavras"
Deixando mais ralo o significado
E menos claro o que são essas amarras

Acho
E logo perco
A chave desse berço
De novos textos e versos
Que não chegam a um terço
Dos sentimentos velhos
Antigos relhos
Sem cor
Dor

Me deixa
Quero tentar
Há tanto pra errar
E ao menos eu vou saber
Que se daqui não passar até o inferno vou rimar e nenhuma vírgula vou botar ou verso vou pular

Placebo



Coloquei você onde eu mais queria
Pintei as paredes de branco
Vesti o meu melhor terno
Convidei meus melhores amigos
Será que era alegria?
Talvez existisse um manto
Cara de inverno
"Sou todo ouvidos"

Você foi meu placebo
E como todos, eu sabia
Me enganava que me enganava
Afasia

Você foi meu placebo
Meu desejo de ser
E só agora eu percebo
Que fiz por merecer

31 agosto 2007

Juventude



Desde quando as arvores foram tão grandes?
Eu não me lembro.

Me lembro de quando eu era velho,
de quando ficava cansado com facilidade,
de quando as distâncias não existiam.
Alias, elas não existiam porque não havia pra onde ir.

Agora me vejo num mundo tão vasto
Com distâncias inimagináveis
E árvores tão grandes.

Esse mundo de agora me faz ter medo
medo de um lugar desconhecido
ou medo de um lugar conhecido demais.

Agora eu tenho noites e dias
Tenho uma Lua, Ah! Que lua.
Lua essa que me mostrou
que mesmo a noite existe luz
E ela é a minha maior descoberta.
Ou foi ela que me descobriu?

Bom, não importa.
Agora eu sei que não estou sozinho
Que tenho um caminho e ele é grande
Tenho árvores e mundo novo.

Tenho minha Lua
e minha esperança de um dia
poder encontrar um mundo melhor que este.

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Faz um tempo que escrevi esse poema. Mas ele é tão atual, como ele mesmo diz, que resolvi expô-lo aqui.

26 agosto 2007

Escondi doce, Mente!



Agora pó, devagar
E vai com, tente
Eu mais que co-mente
Você menos, prezaria
É raro formato, não quero
Ah, o que lê não é sonso
É pra já, mais outra vez

Linguagem sem meta



Peço passagem, licença
sem ofensa ou desavença
Para sua mente
Que não mente
Insanamente

Adote uma rima
Ela é pobre, vai notar
olhe com carinho
não fique em cima
ela vai falar
viu que facinho?

Não falo de mim
Cara de carente
Pois aí só assim
Eu fico gente
Mais rica e faleira
Assaz agradecida
É claro, da minha maneira
Feliz da vida
Como a chaleira

24 agosto 2007

Seja



Vamos lá, "o próximo"
Seja lá quem você for
Não é próximo
Seja lá quem queira ser
"O próximo"
Seja como eles precisam
Como eles querem

Seja criativo "pô", ético!
Seja motivado
De lata, atado
E isso, é claro
Se já tiver um diploma
Se já souber o axioma
Seja a soma e um produto
Pois somos todos iguais, siga!

- "Cê" já voltou calma varias vezes!
- Se já voltou, calma.
- Seja calma.

Não seja você, enquanto puder
Aliás, quando você pode?
Respire, é a sua vez
Ou seja, "o próximo", senta e me beija.

21 agosto 2007

Surdo e mudo

Maré
Eu não tenho nada a dizer. Eu digo isso sempre.

Não falo porque ninguém me entende
Minhas frases voltavam sempre com outro predicado
Pra outro sujeito
Também não ouço mais
Pois quando não eram minhas as palavras
Também não eram de outras

Descobri assim que aprendo mais sobre mim
Sobre os outros
Encobri o mais freqüente
Substitui em sutileza

Perdi algumas pessoas
Ganhei amigos e cumplicidade
Perdi a pressa e ganhei humanidade

E se os que comigo vêm
Puderem de fato só sentir
Então abdico também deste sentido
E assim como nos dias de hoje
Viveria sem tanta desinformação

18 agosto 2007

Acé falou.

Cabeça sem membros
Membros em segundo plano
Plano sem operação
Operação sem bisturi
Bisturi em poucas mãos
Mãos à beça, sem cabeça

Penso no ridículo
Tenso versículo
Senso do verídico
Tendo testículo
Venço e desisto.

15 agosto 2007

Homenagem



Uma homenagem ao Blog da Carol (Divina Comédia).
Este abaixo foi o meu comentário baseado no post dela ("
O que não dá pra disfarçar"), ou como ela gosta de chamar elegantemente, esse poema foi patrocinado por Carol.

Um só

Um momento a mais é que queria
um tiquinho sequer era suficiente
Depois de um dia cansado
Da fonte seca
Do amor abalado

Agora a falta é contada
Sofrida, esperada
Volta e meia e meia volta
E está lá o momento a menos
Sabe-se tudo o que pode saber
Do outro e do um
Pede-se perdão por saber demais
Fala-se do querer sem o poder
Mas o que mais se fala... se vê
Nos olhos dos amantes
Nos gestos mais simples
Nas entrelinhas

Muda a roupa, fica a polpa
Tira a fita, volta a dica
Pula etapas, vai pro começo
Para a cena e cai no contexto
E o pouco... eterno.
Doce é sonho de se tornar o outro
Que já é o um

12 agosto 2007

Plano



Tem um pedaço de mim que vai com você
O outro eu deixo pra te reconhecer
Conto pra ele um segredo
Que o outro está para saber

Montei um plano novo com o meu
Contamos os dias, mas sem ninguém saber
Fazemos coisas normais para enganar o tempo
E escrevemos poemas para guardar, te agradar

Espero que o que foi com você seja obediente
Te faça tão ou mais feliz
E que volte
Pra nos completar

Das linhas que eu apago
Sobram outras que afago
Palavras que um dia tentaram
Um sentimento vencer

11 agosto 2007

Modelo Clássico

Modelo Clássico

Para começar a escrever eu pensei em várias coisas
Dentre elas um título
Aquele título imprestável
Consequência de um esforço
Causa de uma vida

Presto atenção nos mínimos detalhes pra não perder nada
Encontro o que não tinha procurado
Que põe em cheque a atenção de outrora

Preferi deixar o mais simples de todos
Fácil de encontrar
Aos olhos do navegador
E memória dos bobos



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