Se era um tombo ou vaidade
Se tinha um pingo de realidade
Se fazia só por maldade
Eu não queria saber
Se vinha de fora ou de dentro
Se a intenção era só alento
Se a verdade tinha cabimento
Eu não queria esconder
Eu não queria uma explicação
Eu não queria a razão
Eu não queria ser mais um pião
Se desse pra escolher
29 junho 2011
10 maio 2011
Óbvio
Você parece tão óbvio
Corre trilhas, pisa em falso
Coleciona favores
Destrói espectativas
Você parece tão óbvio
Quando repete as mesmas palavras
Se entrega às mesmas pessoas
Procura uma saida
Você é obvio
Obviamente aquilo que eu procurava
Uma falta de clichê aqui dentro
Uma porta, que eu não quero atravessar
Você parece tão óbvio
Que chega a me dar calafrios
Você na verdade não é óbvio
Obviamente, o óbvio não me interessaria
Eu digo isso porque eu não consigo aceitar
Que estou completamente apaixonada pelo óbvio
Ou seja, você.
Corre trilhas, pisa em falso
Coleciona favores
Destrói espectativas
Você parece tão óbvio
Quando repete as mesmas palavras
Se entrega às mesmas pessoas
Procura uma saida
Você é obvio
Obviamente aquilo que eu procurava
Uma falta de clichê aqui dentro
Uma porta, que eu não quero atravessar
Você parece tão óbvio
Que chega a me dar calafrios
Você na verdade não é óbvio
Obviamente, o óbvio não me interessaria
Eu digo isso porque eu não consigo aceitar
Que estou completamente apaixonada pelo óbvio
Ou seja, você.
05 maio 2011
Quem saberá?
Estou traindo você, confesso
Era pra ficar bem no esquecimento, mas eu não esqueço
Não foi bem traição, entendo
Foi desligamento, temporário, imaginário, alento
Estou traindo você, queria que fosse mentira
Não entendo essa vontade de me manter fiel
Fiel a uma falsa conduta, filha da puta
Me colocando sempre na minha mira, que nunca atira
Estou traindo você, talvez ligue
Mas eu queria que soubesse
Não que isso vá acontecer
Mas nem por isso deixo de querer
19 abril 2011
Locador
E foi assim que ele se encontrou.
Despido, frente a um espelho
Reflexo, sem nexo
Certo de que houve um retrocesso
Errado, era o que queria estar
De trás pra frente, rebobinando
A fita, a vida, o vício, a chance, o lance, a corda e a vez
Vinha de vários lugares as sensações, passadas... de mão em mão
Presente, de Deus
Ele bem que sabia
Nada daquilo lhe pertencia
Nem as sensações, nem as pessoas, nem as roupas
Eram todas emprestadas, com data de entrega e multa
Multa por abusar, ficar demais, absorver
Mas o certo é entregar, se entregar
Não ficar com nada, pois pode ser usado contra você, e assim será
Direitos e deveres
A pena, ficar preso, ao passado
Ele agora estava sem nada
Ele agora se encontrou
Ele, com medo, quis voltar, só que não tinha mais pra onde ir
Ele, agora, sem ter o que agarrar
E só tendo a si mesmo
Agarrou aquele que nunca o deixou
O agora.
Despido, frente a um espelho
Reflexo, sem nexo
Certo de que houve um retrocesso
Errado, era o que queria estar
De trás pra frente, rebobinando
A fita, a vida, o vício, a chance, o lance, a corda e a vez
Vinha de vários lugares as sensações, passadas... de mão em mão
Presente, de Deus
Ele bem que sabia
Nada daquilo lhe pertencia
Nem as sensações, nem as pessoas, nem as roupas
Eram todas emprestadas, com data de entrega e multa
Multa por abusar, ficar demais, absorver
Mas o certo é entregar, se entregar
Não ficar com nada, pois pode ser usado contra você, e assim será
Direitos e deveres
A pena, ficar preso, ao passado
Ele agora estava sem nada
Ele agora se encontrou
Ele, com medo, quis voltar, só que não tinha mais pra onde ir
Ele, agora, sem ter o que agarrar
E só tendo a si mesmo
Agarrou aquele que nunca o deixou
O agora.
15 abril 2011
Dê vida a esse blog
Olá caros leitores deste blog, como vão vocês?
Este post é direcionado especialmente para você. E obviamente o blog também, como um todo. Este post é para convidar vocês, que lêm este blog com certa frequência (ou não), a comentarem nos textos que público aqui. Quero também que este convite se expanda para os outros blogs que vocês gostam. Como eu sempre disse, a vida de um blog está nos comentários que os leitores deixam nele. Pois desta forma vocês, aí do outro lado da tela, estão interagindo diretamente com o autor.
Gostaria que percebessem, caso ainda não tenham percebido, que o blog vive disso, dos comentários de seus leitores. Um blog sem comentários é apenas um devaneio no escuro de autor esquizofrênico. Não estamos aqui para falar sozinhos, porque se o quiséssemos, estaríamos com nossos textos guardados ou simplesmente não existiriam. O seu comentário, que muita vezes não deve demorar mais do que um minuto seu, é o combustível, o que dá motivação para mim e para qualquer autor de um blog a fazer novos posts, trazer textos cada vez melhores para vocês. E como saberemos que estes posts estão melhores? Adivinhe?
Estou deixando um link, no banner acima, que o direcionará a um post que fala muito mais sobre esse assunto e bem melhor do que eu fiz aqui. Espero desta forma estar ajudando você a entender o quão importante é o seu comentário para nós, blogueiros e qualquer pessoa que gere conteúdo seja ela onde estiver.
Muito obrigado a todos que deram comentários neste blog, por menor que seja o número de comentários o que importa é que você deu sua contribuição, participou com a sua opinião sobre o conteúdo e não somente um comentário automático. Gostaria de dizer que vocês são os grandes responsáveis por ele ainda existir. Continuem comentando, todos são lidos com o mesmo carinho e atenção... e euforia também (porque nada se compara a um email na caixa de entrada avisando que mais um comentário foi adicionado ao blog).
14 abril 2011
Fim.
- Hey, e aí cara?! Quanto tempo hein?
- Opa, que saudade!! Pois é, bastante mesmo. Como você está?
- Bem, e você?
- Também.
- Opa, que saudade!! Pois é, bastante mesmo. Como você está?
- Bem, e você?
- Também.
27 março 2011
Rascunho
Ele rabisca, nós rabiscamos e eu rabisco. A forma não tem tanta importância. Importante é colocar no papel, é sair das ideias, é correr da ponta do iceberg até o fundo do oceano, é sair pra ganhar vida.
A hora que você poe em prática é como se o mundo pudesse presenciar, perceber que você está ali. Não tem muita importância, não é importante até que você ponha em prática. Talvez você tenha medo de rabiscar, por não ser ainda perfeito, mas isso é controverso. Rabisque, rascunhe, tire essa coisa da sua cabeça e coloque no mundo, ou quem sabe, coloque na cabeça de outro. Não seja egoísta, o que as vezes pode lhe parecer louco, impossível, nada a ver, talvez já tenha sido muito visto, feito e quem sabe, seja passado. Só não foi lhe passado.
A hora que você poe em prática é como se o mundo pudesse presenciar, perceber que você está ali. Não tem muita importância, não é importante até que você ponha em prática. Talvez você tenha medo de rabiscar, por não ser ainda perfeito, mas isso é controverso. Rabisque, rascunhe, tire essa coisa da sua cabeça e coloque no mundo, ou quem sabe, coloque na cabeça de outro. Não seja egoísta, o que as vezes pode lhe parecer louco, impossível, nada a ver, talvez já tenha sido muito visto, feito e quem sabe, seja passado. Só não foi lhe passado.
22 março 2011
À distância.
Como anjo você me acordou
Me acordou pra dizer adeus, e bateu asas
Nua, assim como veio assim se foi
Levando meu coração, minha calma
Alma eu ainda tenho, só não sei mais como é agora
Agora que tenho que procurar uma parede que for
Um pedaço de papel, de contas pra pagar
Pra de alguma forma registrar, o que ainda aqui ficou
Ainda arde em mim o nosso fogo
Mas agora parece grande demais pra uma pessoa só
Chego a suar sem saber o que acontece
Preciso escrever, pois não posso mais te beijar
Preciso apagar, pois não posso mais te afagar
Preciso me exercitar, porque amor, ainda estou no mesmo lugar.
Me acordou pra dizer adeus, e bateu asas
Nua, assim como veio assim se foi
Levando meu coração, minha calma
Alma eu ainda tenho, só não sei mais como é agora
Agora que tenho que procurar uma parede que for
Um pedaço de papel, de contas pra pagar
Pra de alguma forma registrar, o que ainda aqui ficou
Ainda arde em mim o nosso fogo
Mas agora parece grande demais pra uma pessoa só
Chego a suar sem saber o que acontece
Preciso escrever, pois não posso mais te beijar
Preciso apagar, pois não posso mais te afagar
Preciso me exercitar, porque amor, ainda estou no mesmo lugar.
15 março 2011
Desconforto
Nenhuma posição estava satisfazendo
Virava de um lado pro outro
Pensava em coisas antes proibidas
Era carregado contra sua vontade
Se viu correndo quando queria continuar andando
Sentia pressa, mas também sentia que não queria sair daquela posição confortável
Água fria
Vontade, alívio e um pouco de solidão
Volta pra casa
Estende os braços
(Pra ninguém)
Pega um caderno
Escreve e depois apaga.
10 fevereiro 2011
Fisiolofando (Projeto Telefone sem fio)
![]() |
| Ilustra: Lia Fenix |
Por que água com açúcar acalma? Seria a substituição da mamadeira ou o açúcar que trás a infância a tona nos levando para uma época onde a falta de responsabilidade era permitida? Onde o castigo era a salvação?
Por que esse medo de multidão? Talvez a angústia de não se ver; muitos mundos, muita intromissão, muitos olhos, olhares, perda da intimidade, privacidade e silêncio. Muita atenção, por toda parte, inclusive a sua sobre a intimidade alheia.
Por que falar é pôr pra fora? Talvez porque o silêncio seja entendido como sendo pra dentro. É o oposto. É transformar em som aquilo que antes era apenas uma descarga elétrica. Mas continua sendo descarga, só que de idéias, sentimentos.
Por que a vírgula vem antes do ponto final? Porque sem uma pausa para respirar não se chega a lugar algum, quiçá o ponto final.
-----
Primeiro veio o texto por mim e depois a Lia fez o desenho inspirado nele. Obrigado Lia, ficou muito bom mesmo! Adorei! :)
05 fevereiro 2011
Cartel
Venho por meio deste
agradecer a atenção
A quem interessar
[possa, por gentileza]
Endereçar essa petição
"Faça-me o favor" - Diria ela ao seu autor
"Trate-me com carinho
Faça, não só um sonetinho,
Mas uma rima que tenha cor"
Desde já agradeço
Por não saber como começar
Um grande abraço aos que ficam
Boa viagem, mande um postal de lá
agradecer a atenção
A quem interessar
[possa, por gentileza]
Endereçar essa petição
"Faça-me o favor" - Diria ela ao seu autor
"Trate-me com carinho
Faça, não só um sonetinho,
Mas uma rima que tenha cor"
Desde já agradeço
Por não saber como começar
Um grande abraço aos que ficam
Boa viagem, mande um postal de lá
Grato aguardo sua resposta
E deixo um abraço também
Beijo eu mando aos mais íntimos
Quem sabe algo mais além
Contas de chocolate
Sei que não fui claro
E ao não ser, permiti que abristes os olhos
E imaginaste uma forma
Que se antes não fosse, agora se torna
Mas agora sou direto
"Quero você"
Essa é a verdade
Sem fantasia, sem máscara
Por mais que pareça singela
O que não falta é insanidade
Insano é o meu desejo
Que não tem rumo
Mas tem uma origem
Que eu agora fumo
Tragando a fuligem
E não obstante
Por mais que distante
Por hora, constante
Uma canção cativante
E mais que suficiente
Aos olhos dos amantes
Queria que fosse
Por antes não ter sido
Mas agora quero que seja
Por ter merecido
06 janeiro 2011
Afagocitose
Eu não lhe dou garantias, lhe dou riscos, rabiscos… nada de um papel em branco. Não cabe só à você, cabe à mim também permitir que os seus contornos se encontrem com os meus.
O mito que eu vá lhe fazer melhor é uma praga. Omito que eu possa lhe fazer melhor, só pra mostrar que na verdade é você quem o faz através de mim, com a sua permissão.
Vide a bula, talvez ela lhe mostre os riscos. Vire a cara, talvez assim você não veja e fique mais bonita de perfil, numa foto estática em preto e branco. O que foi feito pra ser apreciado não pode ser tocado, quem sabe trocado?
Uma falsa promessa é as vezes tudo que a gente precisa. Não precisamos que ela seja cumprida e nem mesmo justificada. A sua simples existência gera a sensação desejada e nada mais. E o que a gente espera mais do que a sensação? Diria um ingênuo que seria a realidade. Pois então eu lhe perguntaria: e como você toma conhecimento dela?
O mito que eu vá lhe fazer melhor é uma praga. Omito que eu possa lhe fazer melhor, só pra mostrar que na verdade é você quem o faz através de mim, com a sua permissão.
Vide a bula, talvez ela lhe mostre os riscos. Vire a cara, talvez assim você não veja e fique mais bonita de perfil, numa foto estática em preto e branco. O que foi feito pra ser apreciado não pode ser tocado, quem sabe trocado?
Uma falsa promessa é as vezes tudo que a gente precisa. Não precisamos que ela seja cumprida e nem mesmo justificada. A sua simples existência gera a sensação desejada e nada mais. E o que a gente espera mais do que a sensação? Diria um ingênuo que seria a realidade. Pois então eu lhe perguntaria: e como você toma conhecimento dela?
28 dezembro 2010
Ceifador
Sei falar das crianças escravizadas
Sei falar da volta por cima
Sei falar dos sentimentos e problemas que não tenho
Sei falar das coisas que não sou
Sei falar das dores dos outros
Sei falar da falta de abrigo, abrigado
Sei falar de como tudo vai bem, obrigado
Sei falar e escrever
Sei falar "é fácil"
Sei falar, é fácil.
Sei falar da volta por cima
Sei falar dos sentimentos e problemas que não tenho
Sei falar das coisas que não sou
Sei falar das dores dos outros
Sei falar da falta de abrigo, abrigado
Sei falar de como tudo vai bem, obrigado
Sei falar e escrever
Sei falar "é fácil"
Sei falar, é fácil.
04 dezembro 2010
Deixe Star
Venda-me os olhos
Veda minha vida
Vide à sua volta
Vira e mexe, se solta
Venda a sua vez
Ceda, a sua voz
Inverta os papéis
Invista na minha vontade
Vista uma seda
Apaga minha sede
Revele a morte velada
Descubra o véu de veludo
Nestes tempos vindouros
A viúva não é só quem ficou
Mas aquela que se nutre
Tal qual um abutre
Da dor da saudade
Veda minha vida
Vide à sua volta
Vira e mexe, se solta
Venda a sua vez
Ceda, a sua voz
Inverta os papéis
Invista na minha vontade
Vista uma seda
Apaga minha sede
Revele a morte velada
Descubra o véu de veludo
Nestes tempos vindouros
A viúva não é só quem ficou
Mas aquela que se nutre
Tal qual um abutre
Da dor da saudade
07 novembro 2010
Re-sabios Entre-tidos
Ele ri e sabia
Um tanto quanto ressabiado
Que não fazia nada demais
A não ser saber
O que não se devia fazer
Era em torno desse adorno
Aquele que melhor cabia
Sem arredores, sem contornos
Que ele, entre uns e outros, tinha
A manha que à entretia
Mas o melhor de tudo
Não era o que estava por vir
Nem que era passado, ou esperado
Era que ela, sabendo de seu ressabio
Não sentia
O vazio do presente desesperado
E que realmente se entretia.
Um tanto quanto ressabiado
Que não fazia nada demais
A não ser saber
O que não se devia fazer
Era em torno desse adorno
Aquele que melhor cabia
Sem arredores, sem contornos
Que ele, entre uns e outros, tinha
A manha que à entretia
Mas o melhor de tudo
Não era o que estava por vir
Nem que era passado, ou esperado
Era que ela, sabendo de seu ressabio
Não sentia
O vazio do presente desesperado
E que realmente se entretia.
20 outubro 2010
Fiado
Não sou raso nem a razão
Nem sofro baixo com a solidão
Escrevo diferente porque me vejo igual
Se te gosto em mais de uma
É porque não ainda não sei dizer qual
Mas te guardo num caminho, uma folha de jornal
Quem sabe eu ainda não o siga
E viva o que quer que me diga
Seja na íntegra, seja na intriga
O bom mesmo é não ser legal.
Nem sofro baixo com a solidão
Escrevo diferente porque me vejo igual
Se te gosto em mais de uma
É porque não ainda não sei dizer qual
Mas te guardo num caminho, uma folha de jornal
Quem sabe eu ainda não o siga
E viva o que quer que me diga
Seja na íntegra, seja na intriga
O bom mesmo é não ser legal.
02 outubro 2010
Queria não saber
Eu não sei a ordem que você põe os livros
Eu não sei a cor da sua escova de dentes
Eu não sei a hora que você termina suas tarefas
Eu não sei o quanto você gosta de mim
Eu não sei o número do seu manequim
Eu não sei quando eu posso brigar com você
Eu não sei escolher o seu melhor doce
Eu não lembro o que eu não sei
E assim fico parecendo pra você uma pessoa que não te conhece
E você continua pensando em mim toda noite, até que adormece
Apostaria com o destino que nos uniu
Que você nunca soube nada sobre isso
E que se um dia soubesse
Faria tudo ser diferente
Talvez um sonho dentro de uma prece
Ou uma mentira aparente
Que perdurasse até onde desse
Porque lembro tudo de cor?
Queria mesmo era não saber
Ter uma inteligência ignorante
Pra poder ser mais amante
E menos corante.
Eu não sei a cor da sua escova de dentes
Eu não sei a hora que você termina suas tarefas
Eu não sei o quanto você gosta de mim
Eu não sei o número do seu manequim
Eu não sei quando eu posso brigar com você
Eu não sei escolher o seu melhor doce
Eu não lembro o que eu não sei
E assim fico parecendo pra você uma pessoa que não te conhece
E você continua pensando em mim toda noite, até que adormece
Apostaria com o destino que nos uniu
Que você nunca soube nada sobre isso
E que se um dia soubesse
Faria tudo ser diferente
Talvez um sonho dentro de uma prece
Ou uma mentira aparente
Que perdurasse até onde desse
Porque lembro tudo de cor?
Queria mesmo era não saber
Ter uma inteligência ignorante
Pra poder ser mais amante
E menos corante.
19 setembro 2010
Mantra 2
Minha alma
Minha calma
Me acalma
Minha alma
Se acalma
E me acalma
Minha calma
Sem alma
Se acalma
Me acalma
Minha alma
Minha calma
Me acalma
Me acalma
Me acalma
Minha calma
Me acalma
Minha alma
Se acalma
E me acalma
Minha calma
Sem alma
Se acalma
Me acalma
Minha alma
Minha calma
Me acalma
Me acalma
Me acalma
14 setembro 2010
Peixe fora d'água
Já era hora de descer do navio e finalmente voltar para casa depois de uma temporada de vários meses no mar pescando. A pesca havia sido farta e agora todos os seus amigos e amigas iriam voltar para suas famílias para então depois de algum tempo voltarem novamente para o trabalho no mar.
Fato era que "voltar para sua família" não fazia mais sentido para aquele que havia passado tanto tempo imerso em uma atmosfera de amizade e companheirismo isolado de todo o resto da humanidade. Era um lugar aonde só havia a saudade de casa e a vontade de voltar para sua morada em terra firme.
Mas agora em terra firme as coisas pareciam ter tomado o rumo inverso, a saudade agora era do mar. Mas era óbvio que não era do mar exatamente, era sim das pessoas, do amor platônico que estaria por lá também... A "família" em casa era agora estranha, já haviam se acostumado com a saudade, com a sua ausência. O tempo que passou com seus companheiros era o que tinha feito tudo mudar, seja em momentos de distração, brigas, cia, etc.
No meio do caminho pra casa ele se via perdido. O coração já não tinha mais um lugar, uma morada. Estava indo aonde a correnteza levava, não fazia distinção da direção e nem de sentido algum. Não fazia sentido se ver entre familiares quando na verdade não passavam agora de pessoas de grande similaridade genética.
A temporada em casa o fez o ser mais sozinho deste mundo, mais ilhado e afogado entre propagandas, televisão, comida e cinema. O trabalho o tirava toda essa "diversão", mas era pra lá que ele queria ir. Era pro encontro de pessoas que gostavam da sua cia por um bom e longo tempo sem pensar mais vezes do que o necessário para cometer um crime. O convívio enclausurado oferece perigos, mas esses, ele nunca havia presenciado, se havia, era velado. Imaginava que havia encontrado o grupo de amigos mais gabaritados para dividirem suas histórias entre si. E eram.
Na volta ao mar todos reclamavam das vidas medíocres que passavam em terra firme e que a única coisa que pensavam era em voltar à pesca. Percebiam que passavam o tempo todo contando as histórias que tinham no mar, como lidar com o isolamento no oceano. Viram como era maior o isolamento na cidade, onde parece mais um arquipélago.
Torciam para naufragar e ficarem sozinhos em uma ilha e esquecer que um dia vieram a ter uma vida de fingimentos, de trabalhar por uma vida que já nem existia mais...
...
Mas agora, em alto mar, depois de tanto tempo, a saudade da família voltara. Torcia para terminar logo a pescaria e encontrar um descanso. Passar um tempo fingindo ser quem não era mais. A saudade não era da família, e sim, de quem um dia eles foram.
Fato era que "voltar para sua família" não fazia mais sentido para aquele que havia passado tanto tempo imerso em uma atmosfera de amizade e companheirismo isolado de todo o resto da humanidade. Era um lugar aonde só havia a saudade de casa e a vontade de voltar para sua morada em terra firme.
Mas agora em terra firme as coisas pareciam ter tomado o rumo inverso, a saudade agora era do mar. Mas era óbvio que não era do mar exatamente, era sim das pessoas, do amor platônico que estaria por lá também... A "família" em casa era agora estranha, já haviam se acostumado com a saudade, com a sua ausência. O tempo que passou com seus companheiros era o que tinha feito tudo mudar, seja em momentos de distração, brigas, cia, etc.
No meio do caminho pra casa ele se via perdido. O coração já não tinha mais um lugar, uma morada. Estava indo aonde a correnteza levava, não fazia distinção da direção e nem de sentido algum. Não fazia sentido se ver entre familiares quando na verdade não passavam agora de pessoas de grande similaridade genética.
A temporada em casa o fez o ser mais sozinho deste mundo, mais ilhado e afogado entre propagandas, televisão, comida e cinema. O trabalho o tirava toda essa "diversão", mas era pra lá que ele queria ir. Era pro encontro de pessoas que gostavam da sua cia por um bom e longo tempo sem pensar mais vezes do que o necessário para cometer um crime. O convívio enclausurado oferece perigos, mas esses, ele nunca havia presenciado, se havia, era velado. Imaginava que havia encontrado o grupo de amigos mais gabaritados para dividirem suas histórias entre si. E eram.
Na volta ao mar todos reclamavam das vidas medíocres que passavam em terra firme e que a única coisa que pensavam era em voltar à pesca. Percebiam que passavam o tempo todo contando as histórias que tinham no mar, como lidar com o isolamento no oceano. Viram como era maior o isolamento na cidade, onde parece mais um arquipélago.
Torciam para naufragar e ficarem sozinhos em uma ilha e esquecer que um dia vieram a ter uma vida de fingimentos, de trabalhar por uma vida que já nem existia mais...
...
Mas agora, em alto mar, depois de tanto tempo, a saudade da família voltara. Torcia para terminar logo a pescaria e encontrar um descanso. Passar um tempo fingindo ser quem não era mais. A saudade não era da família, e sim, de quem um dia eles foram.
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