O artista é um striper nato. Gosta de se despir, ainda mais se for um anônimo. Dá a cara a tapa, mas não a sua, a de um laranja que ele mesmo cria. Se reserva no direito de disfarçar e até mentir os nomes e as histórias para que seu segredo fique assegurado.
São nessas estórias e contos que seus sonhos se tornam realidade e o poder de manipular as pessoas finalmente é possível, pois são suas crias. Manipula detalhes fazendo o leitor olhar para o lado mais forte do monstro, deixando os flancos desprotegidos do nosso dragão escritor se safar mais um vez. Ele brinca ao passo que deixa você, pobre leitor indefeso, pensar que está no controle. É um jogo arriscado, mas que termina em vitória pro autor quando vê que a discussão passa longe do alvo e acerta bem no meio do seu ego, inflando-o. Ahh, como não se viciar com tal sensação! Presas brigando entre si quando ele, o responsável pela briga, está sentado tal qual um imperador que acena e escolhe o vencedor para o ultimo golpe de misericórdia. E ainda recebe elogios, comendo-os como uvas servidas pelas mais belas mucamas e as críticas ruins são os os caroços que ele cospe em lugar fértil a fim de que dali passam brotar bons frutos no futuro.
A metalinguagem seria como um tiro que sai pela culatra, um fruto da criação, um delator espião que tenta sabotar os planos dos poetas e instaurar um golpe de estado. Há tempos ela tenta ser mais clara e objetiva, mas cai nas garras de sua natureza, sua origem, seu sangue, como uma piada para alegrar a nobreza, é o bobo da corte.
Alguns artistas insistem que só querem te entreter. Mas não se engane, pois como bom contador de estórias ele é um mentiroso nato. Então, muitas vezes, de vítima você pode passar a cúmplice.
09 setembro 2010
01 setembro 2010
Rito de passagem (Projeto Telefone sem Fio)
![]() |
| Ilustra: Lia Fenix |
Era um dia especial na casa da Chapeleira
Havia comprado todos os tipos de doces, bolos e chás para comemorar
A comemoração vinha da notícia que tinha para dar
Uma notícia que ela mal podia segurar
Tinha preparado tudo pra impressionar
Um luxo como nunca antes visto
Era fartura pra todo lado
Nem ela sabia pra que tudo isso
Queria ver todos contentes
Sabia que a festa representava um marco
Pois sendo filha de quem era
Nada seria equivocado
Deu muito trabalho toda aquela festança
Havia de tudo, até bolo na aliança
Ela não sabia como tudo começara
Tinha até penetra sem vergonha na cara
Chegou então o grande momento
Quando os convidados já estavam fartos
Era a hora do anúncio
Todos haviam lambido seus pratos
Então ela começou a falar:
"Bem vindos meus amigos
De longe vocês vieram para aqui me ouvir declarar
Vocês até agora não sabem o que eu vos tenho a compartilhar
Dada a minha paternidade eu tenho muito o que fazer
Mas até agora eu era só uma chapeleira e não podia me comprometer
Entretanto completei minha jornada depois de muito desaprender
Serei a partir de hoje não só mais uma apreciadora de chás
Não só mais uma trocadora de roupa
Serei mundialmente conhecida como a Chapeleira Louca!"
----------------------------------
louco
lou.co
adj (cast loco) 1 Que perdeu a razão, alienado, doido. 2 Insensato, inconsiderado. 3 Arrebatado, imoderado, imprudente, temerário. 4 Mec Que pode girar independentemente sobre o eixo em que está montado, sem comunicar a rotação a este; solto, livre: Polia louca. 5 Alegre, brincalhão, folgazão, galhofeiro. 6 Doidivanas, estróina, extravagante. 7 Apaixonado. 8 Extraordinário, fora do comum, estupendo. sm 1 Indivíduo que perdeu a razão. 2 Indivíduo extravagante, desatinado.
loucuralou.co
adj (cast loco) 1 Que perdeu a razão, alienado, doido. 2 Insensato, inconsiderado. 3 Arrebatado, imoderado, imprudente, temerário. 4 Mec Que pode girar independentemente sobre o eixo em que está montado, sem comunicar a rotação a este; solto, livre: Polia louca. 5 Alegre, brincalhão, folgazão, galhofeiro. 6 Doidivanas, estróina, extravagante. 7 Apaixonado. 8 Extraordinário, fora do comum, estupendo. sm 1 Indivíduo que perdeu a razão. 2 Indivíduo extravagante, desatinado.
lou.cu.ra
sf (louco+ura2) 1 Estado de quem é louco. 2 Med Desarranjo mental que, sem a pessoa afetada estar ciente do seu estado, lhe modifica profundamente o comportamento e torna-a irresponsável; demência; psicose. 3 Ato próprio de louco. 4 Insensatez. 5 Aventura insensata. 6 Grande extravagância. 7 fam Alegria extrema, diabrura: Loucuras das crianças. 8 fam Propensão excessiva; mania: Loucura pelo futebol. 9 fam Despesa desproporcionada. Antôn (acepção 4): siso.
19 agosto 2010
Sem título
Daqui de cima da pra ver que estou longe de todos. É natal, e ninguém estaria em casa sozinho hoje. Mas tudo bem, nada que um cigarro não resolva, claro. Mas eu não fumo.
O carteiro e o cigarro
Sei bem como é ser bem tratado. Esse é um mal, saber. Fico aqui de cima achando tudo o que eu posso achar, e no final, não acho nada. Tenho a mim mesmo para convencer a sair e me surpreender, mas hoje eu resolvi fumar um cigarro. Pronto, um cigarro iria me relaxar, me tirar daqui. Seria um amigo que todos por aí parecem levar no bolso e podem até acender. Só que eu sou desgraçado demais pra me tirar daqui. Eu quero isso.
- É natal, foda-se. Vou descer e comprar na primeira banca de jornal o meu primeiro amigo, quer dizer, o meu cigarro.
Impressionante! Acho que até você ficou convencido depois que eu xinguei né? É, mas eu não. (Xingar faz a gente parecer ter mais certeza do que está falando, fica mais real entende?) Tô aqui ainda sentado, sou um personagem parado e você não vai querer ler até o fim pra descobrir o meu paradeiro. Sabe o por quê? Porque estarei bem aqui, quando sua leitura terminar, já você, talvez não. Ah, mas você é chato, tem a esperança de que no final, eu vá te surpreender..., ok, siga ao desapontamento.
Vou te contar o que eu faço pra viver: entrego cartas o dia inteiro pra pessoas que eu nunca vou conhecer. Levo até elas uma informação importante, um carinho de um amigo distante, as letras e garranchos que elas guardam com apreço em um lugar especial. Sim, sou um carteiro. Não, ninguém mais recebe cartas de amigos. Falei isso só pra te deixar com aquela frase na cabeça: "Minha época era tão boa, quando as pessoas mandavam cartas". Sou da sua época amigo*, nunca as recebi. Nem de você e nem de ninguém. Nem quando a tarefa do colégio era de cada um enviar uma carta a um "amigo" sorteado (eu a mandei, mas não recebi).
Não fique triste por mim, eu não fiquei.
Fato é que hoje temos email, sms, celulares e o escambau... e eu ainda entrego cartas. Eu ainda acho que recebê-las seria uma coisa legal. Mas não tem mais. Agora é só contas, revistas, propagandas... aquele mesmo material que você também encontra na sua caixa de correios, virtual. Mas eu sou real. Eu recebo pra entregar. Vejo muitas pessoas todos os dias, ando bastante e no final do dia eu estou sozinho, sem carta e sem amigo. Faço a informação fluir, chegar ao seu destinatário, todos se entendendo, mas eu não.
Vou escrever uma carta pra mim mesmo. Quem sabe até me sugerir ir até o jornaleiro comprar um cigarro. (Hey, você ainda taí? Insistente ham?) O jornaleiro é um cara que viu muitas coisas mudarem no seu ramo nos últimos anos. Assim como as cartas pararam de serem escritas, os jornais estão diminuindo drásticamente suas tiragens... não pense nisso.
Mas eu não estou aqui pra falar dele, estou aqui pra escrever uma carta pra mim, que eu vou me recusar a entregar. Eu procrastino de propósito. Eu sou sincero comigo mesmo. Alguns vêm a sinceridade como coragem. Mas no meu caso não é coragem porque não há medo. Sou é ingênuo mesmo, a verdadeira explicação pra muito "corajoso" por aí.
Você deve estar pensando na utilidade da carta quando se pode conversar pessoalmente. Também deve estar pensando na utilidade do email quando se pode usar o msn, gtalk, orkut e etc. A carta escrita à mão é como se fosse um desenho, um registro, um documento. Serve pra você ler e reler, guardar e pendurar (e acender também). É tal qual uma foto... mais até, pois trás um monólogo, um roteiro, um movimento, uma idéia de alguém que quis que ela fosse sua e ela está congelada no tempo. Eu seria mais feliz se pudesse entregar uma carta dessas. Ver o sorriso de alguém ao recebê-la e o seu olhar com afago pro remetente com expectativas.
(Alguma coisa foi entregue aí?)
Vou seguir com a minha carta, sem cigarro, mas eu não disse que não teria um álcool... e ela vai começar mais ou menos assim...
O carteiro e o cigarro
Sei bem como é ser bem tratado. Esse é um mal, saber. Fico aqui de cima achando tudo o que eu posso achar, e no final, não acho nada. Tenho a mim mesmo para convencer a sair e me surpreender, mas hoje eu resolvi fumar um cigarro. Pronto, um cigarro iria me relaxar, me tirar daqui. Seria um amigo que todos por aí parecem levar no bolso e podem até acender. Só que eu sou desgraçado demais pra me tirar daqui. Eu quero isso.
- É natal, foda-se. Vou descer e comprar na primeira banca de jornal o meu primeiro amigo, quer dizer, o meu cigarro.
Impressionante! Acho que até você ficou convencido depois que eu xinguei né? É, mas eu não. (Xingar faz a gente parecer ter mais certeza do que está falando, fica mais real entende?) Tô aqui ainda sentado, sou um personagem parado e você não vai querer ler até o fim pra descobrir o meu paradeiro. Sabe o por quê? Porque estarei bem aqui, quando sua leitura terminar, já você, talvez não. Ah, mas você é chato, tem a esperança de que no final, eu vá te surpreender..., ok, siga ao desapontamento.
Vou te contar o que eu faço pra viver: entrego cartas o dia inteiro pra pessoas que eu nunca vou conhecer. Levo até elas uma informação importante, um carinho de um amigo distante, as letras e garranchos que elas guardam com apreço em um lugar especial. Sim, sou um carteiro. Não, ninguém mais recebe cartas de amigos. Falei isso só pra te deixar com aquela frase na cabeça: "Minha época era tão boa, quando as pessoas mandavam cartas". Sou da sua época amigo*, nunca as recebi. Nem de você e nem de ninguém. Nem quando a tarefa do colégio era de cada um enviar uma carta a um "amigo" sorteado (eu a mandei, mas não recebi).
Não fique triste por mim, eu não fiquei.
Fato é que hoje temos email, sms, celulares e o escambau... e eu ainda entrego cartas. Eu ainda acho que recebê-las seria uma coisa legal. Mas não tem mais. Agora é só contas, revistas, propagandas... aquele mesmo material que você também encontra na sua caixa de correios, virtual. Mas eu sou real. Eu recebo pra entregar. Vejo muitas pessoas todos os dias, ando bastante e no final do dia eu estou sozinho, sem carta e sem amigo. Faço a informação fluir, chegar ao seu destinatário, todos se entendendo, mas eu não.
Vou escrever uma carta pra mim mesmo. Quem sabe até me sugerir ir até o jornaleiro comprar um cigarro. (Hey, você ainda taí? Insistente ham?) O jornaleiro é um cara que viu muitas coisas mudarem no seu ramo nos últimos anos. Assim como as cartas pararam de serem escritas, os jornais estão diminuindo drásticamente suas tiragens... não pense nisso.
Mas eu não estou aqui pra falar dele, estou aqui pra escrever uma carta pra mim, que eu vou me recusar a entregar. Eu procrastino de propósito. Eu sou sincero comigo mesmo. Alguns vêm a sinceridade como coragem. Mas no meu caso não é coragem porque não há medo. Sou é ingênuo mesmo, a verdadeira explicação pra muito "corajoso" por aí.
Você deve estar pensando na utilidade da carta quando se pode conversar pessoalmente. Também deve estar pensando na utilidade do email quando se pode usar o msn, gtalk, orkut e etc. A carta escrita à mão é como se fosse um desenho, um registro, um documento. Serve pra você ler e reler, guardar e pendurar (e acender também). É tal qual uma foto... mais até, pois trás um monólogo, um roteiro, um movimento, uma idéia de alguém que quis que ela fosse sua e ela está congelada no tempo. Eu seria mais feliz se pudesse entregar uma carta dessas. Ver o sorriso de alguém ao recebê-la e o seu olhar com afago pro remetente com expectativas.
(Alguma coisa foi entregue aí?)
Vou seguir com a minha carta, sem cigarro, mas eu não disse que não teria um álcool... e ela vai começar mais ou menos assim...
31 julho 2010
Sintético
Se eu tivesse coragem plantava uma árvore
Se eu contasse a verdade eu diria que que a palavra não é coragem
Não é que eu conte mentiras, mas é que eu não sou daqui, sou de lá
E de lá não dá pra ver vocês direito, então eu interpreto mal
Mas que mal tem em ser mal interpretado?
Tantos bons nomes o foram, serei apenas mais um, mas um mau
Se eu ainda estou aqui, então é prova cabal
E não saio nem a pau
Se eu tivesse coragem não contava até três
Se eu guardasse o que sinto, talvez
E como acabo com isso de vez?
Mas que mal pode ser maior que o que sinto?
Minha fala tem venenos que eu desconheço
Tramo tanto que me omito, minto
Um pouco disso até que mereço
Mas esqueço que tenho medo de mim, não de você
Você eu fecho a porta na cara, desligo o telefone, não ligo
Eu estou sempre aqui
Se eu contasse a verdade eu diria que que a palavra não é coragem
Não é que eu conte mentiras, mas é que eu não sou daqui, sou de lá
E de lá não dá pra ver vocês direito, então eu interpreto mal
Mas que mal tem em ser mal interpretado?
Tantos bons nomes o foram, serei apenas mais um, mas um mau
Se eu ainda estou aqui, então é prova cabal
E não saio nem a pau
Se eu tivesse coragem não contava até três
Se eu guardasse o que sinto, talvez
E como acabo com isso de vez?
Mas que mal pode ser maior que o que sinto?
Minha fala tem venenos que eu desconheço
Tramo tanto que me omito, minto
Um pouco disso até que mereço
Mas esqueço que tenho medo de mim, não de você
Você eu fecho a porta na cara, desligo o telefone, não ligo
Eu estou sempre aqui
28 julho 2010
Provavelmente
Ela não sabia que caminho pegar. Pegava qualquer condução que a fizesse pensar que estava em movimento... e mais rápida do que era capaz de calcular não importa para onde estivesse indo. Tinha um jeito doce de pedir carona que deixava o dono da carruagem não querendo chegar em seu destino próprio, pois assim a deixaria também (ou não, mas isso ninguém saberia responder).
A soma dos caminhos desencontrados percorridos era enorme. Para qualquer um que a visse daria-a quilômetros, como viajante. O problema, principalmente para ela, era que se via muito perto ainda de onde tivera um dia saido com as trouxas nas costas. Havia ainda um sentimento, talvez, de que não tivesse partido. A partida sim era difícil, o desatar, o adeus. A segurança de um lugar conhecido ganhava da busca pelo novo. Ela teimava em dizer que estava indo longe, que com os viajantes aprendia sobre novos mundos afora... mas que ela nunca esteve. Quem sabe esteve, mas voltara?!
Começava a ganhar rugas não pelo tempo, mas pelas caminhadasdesperdiçadas. Buscava um lugar para descansar quando o real cansaço era de ficar parada. Fugia mesmo era de um rosto conhecido, de ser conhecida, de conhecer a si mesma. Mal sabia ela que pra sair de dentro teria que deixar outro entrar.
A soma dos caminhos desencontrados percorridos era enorme. Para qualquer um que a visse daria-a quilômetros, como viajante. O problema, principalmente para ela, era que se via muito perto ainda de onde tivera um dia saido com as trouxas nas costas. Havia ainda um sentimento, talvez, de que não tivesse partido. A partida sim era difícil, o desatar, o adeus. A segurança de um lugar conhecido ganhava da busca pelo novo. Ela teimava em dizer que estava indo longe, que com os viajantes aprendia sobre novos mundos afora... mas que ela nunca esteve. Quem sabe esteve, mas voltara?!
Começava a ganhar rugas não pelo tempo, mas pelas caminhadas
24 julho 2010
Vlog
Olá meus caros leitores,
Agora no intuito de também divulgar esse blog eu resolvi começar com um vlog. Para quem acompanha meu trabalho aqui agora também poderá ver meus vídeos. O link para o canal agora estará sempre aqui em cima no menu principal. Pra você que está com preguiça de clicar aí em cima vai o link aqui: http://www.youtube.com/user/murilonm
Caso vocês gostem dos vídeos e queiram receber as atualizações que eu for fazendo ao longo do tempo, se inscrevam no canal.
Atenciosamente, eu :)
Agora no intuito de também divulgar esse blog eu resolvi começar com um vlog. Para quem acompanha meu trabalho aqui agora também poderá ver meus vídeos. O link para o canal agora estará sempre aqui em cima no menu principal. Pra você que está com preguiça de clicar aí em cima vai o link aqui: http://www.youtube.com/user/murilonm
Caso vocês gostem dos vídeos e queiram receber as atualizações que eu for fazendo ao longo do tempo, se inscrevam no canal.
Atenciosamente, eu :)
10 julho 2010
Tiro livre indireto
Era pra me sentir sedento, sem ninguém olhar
Mas fiquei isento, pra variar
Tinha um nome comum, mesmo assim vou elogiar
Não era pra eu ter dito isso, não vou negar
Ensaio para não estragar
Ensaio para não atuar
Atuo para não disfarçar
Estrago por não atuar
Viajo para não ver
Não vejo para não viajar
Não viajo para não começar
Começo a não acreditar
Mas fiquei isento, pra variar
Tinha um nome comum, mesmo assim vou elogiar
Não era pra eu ter dito isso, não vou negar
Ensaio para não estragar
Ensaio para não atuar
Atuo para não disfarçar
Estrago por não atuar
Viajo para não ver
Não vejo para não viajar
Não viajo para não começar
Começo a não acreditar
30 junho 2010
Stop
Fila do pão
Coceira no ouvido
[- Até que chegue sua vez...]
Cotovelo dolorido
[- Hey, esquece o pão, pegue o bolo mais concorrido!
- Não esse não, o outro, o mais colorido.]
-----------------
Dia cinza
Cinzeiro
[- Nunca neva!]
Nevoeiro
Tem barulho
Tem fúria
Tem ira
Furadeira
------------
- Não queria isso? Pronto conseguiu!
- Ok, eu cheguei até aqui, e agora?
- Isso você tinha que ter pensado antes...
- Se eu tivesse pensado antes não teria conseguido chegar até aqui...
---------
Deixe sua mensagem após o bip.....BIP!
Coceira no ouvido
[- Até que chegue sua vez...]
Cotovelo dolorido
[- Hey, esquece o pão, pegue o bolo mais concorrido!
- Não esse não, o outro, o mais colorido.]
-----------------
Dia cinza
Cinzeiro
[- Nunca neva!]
Nevoeiro
Tem barulho
Tem fúria
Tem ira
Furadeira
------------
- Não queria isso? Pronto conseguiu!
- Ok, eu cheguei até aqui, e agora?
- Isso você tinha que ter pensado antes...
- Se eu tivesse pensado antes não teria conseguido chegar até aqui...
---------
Deixe sua mensagem após o bip.....BIP!
10 junho 2010
Voo-não-voou
Cogito um agito
Enceno um aceno
Abraço o cansaço e durmo
Venço um vício
Pago o preço
Cobro da cobra
O que eu mereço
De fato era ainda feto
Tonto tanto quanto
Afetava mesmo era o afeto
Certo é ser incerto
Fato é que nem abraço cogito
E aceno para o cansaço
Que mereço outro vício
Enceno um aceno
Abraço o cansaço e durmo
Venço um vício
Pago o preço
Cobro da cobra
O que eu mereço
De fato era ainda feto
Tonto tanto quanto
Afetava mesmo era o afeto
Certo é ser incerto
Fato é que nem abraço cogito
E aceno para o cansaço
Que mereço outro vício
26 maio 2010
Sem talheles
Tlês platos de tligo pala tlês tligues tlistes.
Pala todos nós, humanos, apenas um Platão.
Pala todos nós, humanos, apenas um Platão.
17 maio 2010
Céu limite (Projeto Telefone sem fio)
![]() |
| Ilustra: Soledad Cifuentes |
Se um dia conseguisse esconder todos os sonhos numa caixinha eu o faria. Assim poderia roubar não só os meus sonhos mas dos outros também e guardar para poder tê-los quando mais precisasse e achasse conveniente. Mas ainda eu não pude.
Talvez os sonhos não caibam mesmo em caixinhas, talvez nem em nossas cabeças, protegidas por cabelos ou não, e só. Nossos sonhos ficam evidentes, respiramos e transpiramos eles e quando vemos que realmente estão evidentes, aparece a negação. E ela não é só para os outros, é para si também pra ver se nos convencemos. Os sonhos não podem ser tão explícitos, precisamos de alguma forma manter em segredo, para que não nos sabotem no meio do caminho, é um plano traçado com detalhes ou não, mas não deixa de ser.
E a gente nega. Nega que queria isso ou aquilo. Não aceitamos a nossa condição de querer coisas e/ou pessoas. É, e a gente quer. Aceitar não me faz nem um pouco satisfeito com a minha condição de possuidor, nem que seja da mentira.
As vezes nos colocamos do lado de fora, descemos o castelo e fingimos não morar lá. Tudo do lado de fora parece mais bonito, é um sonho. Sonhos são mentirinhas que nós contamos todas as noites para nós mesmos. Sonhar implica em mentir. Quem cria mente uma realidade. Mentimos várias vezes para nos convencermos. A repetição nos faz ficar acostumados com uma falsa realidade, que mais pra frente se torna a única coisa que tivemos durante um bom tempo. E ela fica familiar.
Se for fugir, fuja com estilo. Comece mentindo, sonhando, e logo você estará tão longe que só enxergue águas por todos os lados e quem sabe você não acha o seu peixe grande, pescador? Ou quem sabe, se afogue...
09 maio 2010
À noite
Um bar
Uma mesa
Um olhar
Uma presa
Um altar
Sobremesa
Um lar
Uma certeza
Um par
Uma fraqueza
Não amar
Ela era Teresa
Ele Baltasar.
Uma mesa
Um olhar
Uma presa
Um altar
Sobremesa
Um lar
Uma certeza
Um par
Uma fraqueza
Não amar
Ela era Teresa
Ele Baltasar.
04 maio 2010
15 abril 2010
Dez motivações
Você olha, dá um sorriso.
Ela olha, levanta a sobrancelha e sorri também.
É um sinal, você não pode negar.
Se pergunta se o sorriso é pra você ou se é pra ela mesma.
Ela tem tempo.
Você vai arriscar, vai até ela..., Não! Espera! Ela tá olhando pra outro...
Poxa, pior que não, é pra você mesmo. Você não tem mais tempo, precisa ir falar com ela.
Você vai.
Puxa conversa, ela sorri novamente, te abraça.
A... nestesia. Oi? Volta rapaz! Fale com ela!! Fale com ela!!
Ufa, será que ela percebeu que eu não tava aqui? Acho que não.
Você olha nos olhos. Ah que olhos!!
Hey, acorda! Ela tá olhando ow!
Vocês trocam algumas frases, pupilas se dilatam.
Ela volta para onde estava, estava ocupada trabalhando. Você usa seu tempo que não tem para olhar pra ela agora de longe.
Droga, lá vem as espectativas e você já está decepcionado.
"Hey, não desista!"
Quem disse que você desistiu?
Ela olha, levanta a sobrancelha e sorri também.
É um sinal, você não pode negar.
Se pergunta se o sorriso é pra você ou se é pra ela mesma.
Ela tem tempo.
Você vai arriscar, vai até ela..., Não! Espera! Ela tá olhando pra outro...
Poxa, pior que não, é pra você mesmo. Você não tem mais tempo, precisa ir falar com ela.
Você vai.
Puxa conversa, ela sorri novamente, te abraça.
A... nestesia. Oi? Volta rapaz! Fale com ela!! Fale com ela!!
Ufa, será que ela percebeu que eu não tava aqui? Acho que não.
Você olha nos olhos. Ah que olhos!!
Hey, acorda! Ela tá olhando ow!
Vocês trocam algumas frases, pupilas se dilatam.
Ela volta para onde estava, estava ocupada trabalhando. Você usa seu tempo que não tem para olhar pra ela agora de longe.
Droga, lá vem as espectativas e você já está decepcionado.
"Hey, não desista!"
Quem disse que você desistiu?
13 abril 2010
Num dado momento (Projeto Telefone sem fio)
![]() |
| Ilustra: Soledad Cifuentes |
Num dado momento
Não sei se era sorte ou se ela lamento
Meio que de fora, meio que de dentro
Um sopro de alegria
Meio que vinha, meio que ia
Trazendo o antes pra depois
Meio que no meio de nós dois
Um prato de feijão com arroz
Numa dada hora
Parecia que não era agora
Que vinha tudo de fora
Meio na vinda, meio de ir embora
De onde não se vinga a ameaça
Medo da vida, medo da caça
Meia vida, meia taça
Era dado como morto
Meio sem tempo, meio sem sentido
Era tudo, menos sabido
Agia como se tivesse, mesmo sem ter tido
(O seu destino desvairido)
Contrário a toda corrente
De fato o mais iminente
Meio cheio, meio vazio
No meio de tudo, no meio do rio
Meio sortudo, meio sombrio
Meio confuso, meio colorido
Meio a meio e não se fala mais nisso!
07 abril 2010
Doador
Doa a quem doer esse é o meu dom
Não é meu aquilo que me dão
Doe a quem doar deu no que deu
Comprei o que "cê" me vendeu
É "mais do que nunca"
É "permaneça"
O amor não tem desculpa
Tem dor de cabeça
Não é meu aquilo que me dão
Doe a quem doar deu no que deu
Comprei o que "cê" me vendeu
É "mais do que nunca"
É "permaneça"
O amor não tem desculpa
Tem dor de cabeça
30 março 2010
Confeiteiro
Por uma fração de segundos se apaixona 3 vezes
Se trai a cada piscadela
Compra os mais caros em segredo e pros outros diz que é indiferente
Doa os livros que nunca leu dizendo que podem mudar a vida de alguém
Se vende por um preço superestimado e insite em ver mérito nisso
Diz que admira quem faz o contrário, mas é mentira
Termina uma conversa com silêncio, pra dar um ar de mistério e superioridade
Abraça pra ser abraçado
Veste uma camisa que não é sua, mas gostaria que fosse
Faz de conta que é amargo, mas é doce.
21 março 2010
Antes passado
Tinha intriga
Tinha entrega
Tinha tudo
...tinha nada!
Era surto
Era sorte
Era tudo
... era nada!
Foi feito
Foi feto
Foi fato
Foi tudo
... foi nada!
Meu mundo
Minha muda
Minha muda
... minha nada!
Tinha entrega
Tinha tudo
...tinha nada!
Era surto
Era sorte
Era tudo
... era nada!
Foi feito
Foi feto
Foi fato
Foi tudo
... foi nada!
Meu mundo
Minha muda
Minha muda
... minha nada!
15 março 2010
Temporada de caça (Projeto Telefone sem fio)
Ilustração: Soledad Cifuentes
Julie vivia em uma época em que caçar cervos era uma diversão. Seus irmãos é que gostavam de caçar e ela nunca tinha ido antes, pois era coisa de homem, então só ficava em casa ajudando sua mãe. Tinha um gênio forte e como era a única mulher entre os homens da época, aprendeu a guardar aquilo que sentia. Ultimamente os dias de caça não estavam trazendo muito, já que o cervo que estava sendo caçado havia semanas, permanecia intacto.
Em um dia de caça, Julie saiu para colher alguns temperos para o almoço enquanto seus irmãos, pai e tios estavam a caçar este cervo que vivia em sua terra e teimava em não ser achado (como diziam eles), seja por cães farejadores, seja por caçadores bem experientes.
No momento em que se via procurando alguns condimentos, se assustou ao ver ao longe o cervo, se alimentando, comendo grama fresca, parecendo não ter qualquer preocupação e/ou de estar sendo procurado. Uma figura imponente, um cervo imperial, com chifres imensos. No momento em que ela o viu, ele para de comer e se ergue olhando-a fixamente por um breve momento. Neste instante, Julie sente como se estivesse fora de seu corpo, observando uma natureza que nunca antes tivera oportunidade de ver. Um animal selvagem como aquele, sua tranquilidade, com a natureza verde ao fundo.
Foi então que foi um barulho de cães, cavalos atrás dela a fez sair deste momento de devaneio e começou a fazer barulhos, tentando espantar o cervo. E ele mesmo assim continuou a olhá-la sem se mover. Ela olhou para trás e viu a orda de caçadores se aproximando agora sorrateiramente. Olhou para procurar o cervo e ele já havia sumido.
Julie nunca mais viu este animal desde então, nem mesmo falou sobre o encontro. Alguns meses depois, finalmente ele foi abatido pelos caçadores.
Estendido de cabeça para baixo, ao ver seu amigo errante frio e imaculado, Julie se lembrou do breve momento que teve ao seu encontro e como ele foi bom e repentino. Seu segredo agora não parecia fazer a menor diferença e se sentiu feliz ainda sim por tê-lo espantado naquele momento, dando-lhe um pouco mais do seu tempo de vida. Ela sabia que muito provavelmente sua ação pode não ter feito também diferença ao cervo, já que ele se mantinha vivo até então... mas quem pode culpá-la se era assim que era gostava de pensar.
---------------------
Com esse segundo trabalho, terminamos nosso "teste" e gostamos muito do resultado, espero que vocês também. Eu e Soledad, estamos pensando em construir um blog especialmente para este fim, onde cada post teria a contribuição de mais de uma pessoa pelo menos, sejam mídias diferentes ou não.
Esperamos em breve poder anunciar esta criação, até lá iremos nos divertir com mais posts compartilhando pontos de vistas diferentes da mesma paisagem.
12 março 2010
Dissidente
Disse do som dissonante
Da moça errante
Do dom destoante
Do tom distante
Do ponto de partida
Da cara fechada
Do amor à vida
A troco de nada
Ouvi que foi por pouco
Que faltava vontade
Que parecia um louco
Que dava saudade
Então que se fale menos
Que não durma lá em casa
Que vá para Vênus
Só com uma asa
Tenso, denso, penso
Troca, draga, praga
Tricô, droga, prego
Da moça errante
Do dom destoante
Do tom distante
Do ponto de partida
Da cara fechada
Do amor à vida
A troco de nada
Ouvi que foi por pouco
Que faltava vontade
Que parecia um louco
Que dava saudade
Então que se fale menos
Que não durma lá em casa
Que vá para Vênus
Só com uma asa
Tenso, denso, penso
Troca, draga, praga
Tricô, droga, prego
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