Saberia dizer mais de uma vez o que se passa na cabeça de milhões de pessoas mas não o que se passa em sua própria. Sentia falta de não saber como ser doce com os seus próprios sentimentos. Queria entender porque o dos outros lhe parecia tão belo, ingênuo e colorido quando o seu era só mais uma forma estranhada de se sabotar e se esconder atrás daquilo que nunca soube dizer exatamente o que era. Era feito de pedra ou era feito de apostas.
Contava os dias que não esperava nada ao seu redor: ônibus, carinho, solidão... "Era mesmo feito de pedra" pensava ele. Amigo era aquele que estivesse disposto a contrariá-lo infinitamente a ponto de cortar laços. "Laços feitos de apostas"
Laços, algo que não sabia dar, mas sabia desfazer. Engraçado como sobre um pé pode haver tantas metáforas e não ajudar a entender como tirar o fedor do suor de se estar tanto tempo fechado com seus fungos.
Fungos, isso sabia cultivar. Usava contra os outros sim, mas já tinha tanto em volta que era contaminado e causava em si tanto dano como tal. Era pra ser defesa, mas era agora sua única forma de tocar.
O mais belo dos sentimentos não podia nascer em si. Era proibido, seria vendido e de quem iria comprar? Tinha tanta boca, tanta sombra que o sol lá fora doia não só os seus olhos mas a sua alma pela falta do que não tinha. Era feito de livros, filmes e solidão. Tinha medo do cobertor.
Certa feita foi abatido como presa fácil. Nunca mais vontara pela mesma rua, ônibus, escada... todos passavam pelo mesmo lugar e tudo era agora tão pequeno que ele teria que se acostumar a trocar espaço com uma bomba relógio. A cada dia sentia mais medo, mais dor, mais do que a bomba poderia em vida causar. Pois essa era a sua cina, sofrer o máximo que pudesse.
Estava sendo muito bem sucedido quando se viu traído pelos seus fungos. O mofo começava a ganhar cores diferentes, o que era sombra virou aliada. Aliada contra si mesmo. Tentando voltar a ser como era, voltar as horas do relógio-bomba. Mas já era tarde demais, algo tinha acontecido e sobre todos os seus pés e falsos cognatos, um mar de dúvidas inundou sua colheita defensora. Um profundo sentir, furtivo aos olhos de um atendo demais. Nascia em si então o que o seu delírio antes costumava chamar de cegueira.
05 fevereiro 2010
04 fevereiro 2010
Passatempo
Torna trecho, torna turno
Hora vai, hora vem
Torna tudo, taciturno
Hora tem, hora nem
Torna terno, torna forno
Hora meu, hora seu
Torna tenro, torna torno
Hora estábulo, hora liceu
Torna trenó, torna trena
Hora rena, hora trem
Torna eterno, torna teima
Torna torto que por hora entretem
Favorito
Clico em você na confiança
Na minha estante divagante
Sem saber o porquê da aliança
Meu instante delirante
Fiz por puro comodismo
Para ter sempre a vista
Se torna agora meu abismo
Meu divã, analista
Meu ícone por acaso
Minha visita diária
Meu favorito guardado
Meu segredo quadrado
24 janeiro 2010
Imperfeito
Visto você vindo
Fico fácil fervente
Tendo tido tudo tinindo
Corro contra corrente
Sonso som só
Fosse feito fosso
Que come quase quanto quer
Da dádiva do desconhecido
Ao ar árido agora abismado
Ontem outros olhos
Que controlavam quatro cantos
Hoje habitat hostil
Entregues entre escolhas
Donde da dúvida de despistar
Só sei saborear
Fico fácil fervente
Tendo tido tudo tinindo
Corro contra corrente
Sonso som só
Fosse feito fosso
Que come quase quanto quer
Da dádiva do desconhecido
Ao ar árido agora abismado
Ontem outros olhos
Que controlavam quatro cantos
Hoje habitat hostil
Entregues entre escolhas
Donde da dúvida de despistar
Só sei saborear
20 janeiro 2010
Ele foi apanhado por uma vontade imensa de chorar, mas não conseguia. A única vez que ele foi feliz em chorar foi com ela, e talvez ele não sentisse que devesse manchar seu quadro com essa reação (que até o momento não tinha sentido mais) que tivera se tornado tão bonita desde então. O problema é engolir sozinho quando se esperava poder sempre dividir com ela tais coisas,... mas essa coisa, agora, era só dele. Falta de ar, calafrio. Mal sabia ele que para sua cura bastava um telefonema.
19 janeiro 2010
Original do rascunho
Queria escrever um rascunho pra poder depois arrumar e fazer algo melhor. Acontece que a mania de voltar e ler de novo é agora uma forma de mentir sobre o que havia escrito. É como tirar uma foto e arrumar no photoshop ou como dar conselhos.
Meu rascunho foi escrito tal como deveria ter sido. Não tirei nem coloquei nada que não fosse do momento. Agora, eu tenho momentos em que começo a ensaiar um arrependimento. Mas por que será que me arrependo? Será que é por que eu consegui colocar mais de mim do que gostaria ou por que vejo erros que não podem mais ser corrigidos uma vez que foram já publicados e lidos?
Escrever, viver, falar, são formas de colocar o dedo. Algumas vezes a gente tem a oportunidade de mexer no que já foi feito. Outras vezes temos a oportunidade de só arcar com as consequências, sejam elas boas ou ruins. Eu sei que dá vontade de voltar e querer consertar, mas agora eu estou mais interessado em ver e sentir o que um erro pode arrumar.
Meu rascunho foi escrito tal como deveria ter sido. Não tirei nem coloquei nada que não fosse do momento. Agora, eu tenho momentos em que começo a ensaiar um arrependimento. Mas por que será que me arrependo? Será que é por que eu consegui colocar mais de mim do que gostaria ou por que vejo erros que não podem mais ser corrigidos uma vez que foram já publicados e lidos?
Escrever, viver, falar, são formas de colocar o dedo. Algumas vezes a gente tem a oportunidade de mexer no que já foi feito. Outras vezes temos a oportunidade de só arcar com as consequências, sejam elas boas ou ruins. Eu sei que dá vontade de voltar e querer consertar, mas agora eu estou mais interessado em ver e sentir o que um erro pode arrumar.
10 janeiro 2010
Uma breve história do meu tempo
As vezes me vejo em um filme. Mas não um filme qualquer, desses que passam na TV ou no cinema. Me vejo em um filme sobre a minha vida. Já houve momentos em que eu imaginava esse filme como sendo um filme da minha vida atual, eu como um telespectador. Mas não mais. Hoje eu vejo como se fosse um filme antigo, em preto e branco. Como se eu estivesse participando do meu passado. Como se eu, lá no futuro, fosse capaz de voltar no tempo e viver novamente os momentos que eu tanto quero lembrar.
O engraçado é que essa mudança de perspectiva sobre esse filme que eu vejo me fez viver a vida de uma forma bem diferente. Não é que eu pense que é destino as coisas terminarem iguais como uma vez já foram. É que como tudo já aconteceu, eu agora voltei e resolvi vivenciar um filme que foi feito sem mim.
Mesmo ele sendo em preto e branco eu o vejo muito mais colorido. Dou agora cores para o que antes eu chamaria de formas. Um novo mundo de expressões, emoções e distâncias foram tomando conta aqui dentro.
Tudo tem um começo e fim, mas também tem um meio. O meio é o que nos faz. O começo é o que não tem discussão e o fim, bem, o fim acaba sendo o grande mistério, aquele que é pretensioso e capaz de, em muito momentos, tomar conta daquilo que você foi e daquilo que você poderia ter sido.
O engraçado é que essa mudança de perspectiva sobre esse filme que eu vejo me fez viver a vida de uma forma bem diferente. Não é que eu pense que é destino as coisas terminarem iguais como uma vez já foram. É que como tudo já aconteceu, eu agora voltei e resolvi vivenciar um filme que foi feito sem mim.
Mesmo ele sendo em preto e branco eu o vejo muito mais colorido. Dou agora cores para o que antes eu chamaria de formas. Um novo mundo de expressões, emoções e distâncias foram tomando conta aqui dentro.
Tudo tem um começo e fim, mas também tem um meio. O meio é o que nos faz. O começo é o que não tem discussão e o fim, bem, o fim acaba sendo o grande mistério, aquele que é pretensioso e capaz de, em muito momentos, tomar conta daquilo que você foi e daquilo que você poderia ter sido.
09 janeiro 2010
23 dezembro 2009
Quem saberá?
Gosta de fatos
Gosta de gatos
Gastos escassos
Gatos de laços
Uns tem nossos traços
Outros, abraços
Um fala de dentro
outro do lado de fora
o que era lamento
não mais é agora
se um erra
o outro adora
fora, um beijo doce
(que a libido aflora...
um álibi?
antes fosse)
dentro, gosto de amora
Gosta de gatos
Gastos escassos
Gatos de laços
Uns tem nossos traços
Outros, abraços
Um fala de dentro
outro do lado de fora
o que era lamento
não mais é agora
se um erra
o outro adora
fora, um beijo doce
(que a libido aflora...
um álibi?
antes fosse)
dentro, gosto de amora
19 dezembro 2009
Lavagem
Fundo
Fundamento
Fundos
Fundação
Manda
Mandamento
Manto
Mantimento
Sento
Sentimento
Lama
Lamento
Cabe
Cabimento
Aparto
Apartamento
Rego
Regimento
Fundamento
Fundos
Fundação
Manda
Mandamento
Manto
Mantimento
Sento
Sentimento
Lama
Lamento
Cabe
Cabimento
Aparto
Apartamento
Rego
Regimento
Capricho
Mesmo que os pássaros não cantassem mais
Ainda que o sol não me aquecesse
Eu a teria ainda como a maior falta
Eu a teria como prioridade
Provei da sinceridade o sabor
Pela manutenção da minha sanidade
Tomei do cálice do amor
Pra cegar minha dor
Você nos braços de outro ser
Me vejo enlouquecer
Sem a sua
Devanecer
Nem seu amor por mim é meu
Nada é
Ainda sim, sinto como se fosse
Seu gosto doce
De dentro coisas estranhas
Vento frio das entranhas
Tudo tem um novo aspecto
De um outro espectro
O que faz ou deixa de fazer
A minha vida perecer
Não é o fato de você compreender
Mas do que vem a ser
Ainda que o sol não me aquecesse
Eu a teria ainda como a maior falta
Eu a teria como prioridade
Provei da sinceridade o sabor
Pela manutenção da minha sanidade
Tomei do cálice do amor
Pra cegar minha dor
Você nos braços de outro ser
Me vejo enlouquecer
Sem a sua
Devanecer
Nem seu amor por mim é meu
Nada é
Ainda sim, sinto como se fosse
Seu gosto doce
De dentro coisas estranhas
Vento frio das entranhas
Tudo tem um novo aspecto
De um outro espectro
O que faz ou deixa de fazer
A minha vida perecer
Não é o fato de você compreender
Mas do que vem a ser
14 dezembro 2009
Força de expressão
Me reservo no direito
(cada um na sua)
Me reservo do direito
(pra fazer errado)
Me reservo em casa
(e não ter nem a caça
muito menos ser caçado)
Me preservo intacto
(inato)
Conto contratos comuns
Defiro aos diferentes
Amigos escolho pelos dentes
(pra parecer mais normal)
O resto, mato a pau
Algum dia talvez eu pague
(até agora nunca ninguém pagou)
Quem sabe eu aprenda
E caia à(a) venda
Alguém me compre
(me mostre que o homem se corrompe)
Meu mestre me faça dormir
(e no sonho finalmente sorrir)
O que sei é que nada disso acontecerá
Porque do passado não aparecerá
Nenhuma história nova
Só se alguém disser
Que naquela cova
(contendo nenhuma prova
só uma vida partidária)
Tem que haver reforma agrária
13 dezembro 2009
Aquilo que não é
Não sinto falta
Não sinto calma
A palma
Alma
Não te amo mais
Não tenho fome
O homem
Capaz
Dividido nada
Vivido tudo
Uma fada
Casulo
De fora pra dentro
Sabido, lamento
Um Sonido
Silêncio
Quanto menos pôr
Mais longe
Um amor
Elefante
Forte o bastate
Pobre falante
Um achado
Passado
Não sinto calma
A palma
Alma
Não te amo mais
Não tenho fome
O homem
Capaz
Dividido nada
Vivido tudo
Uma fada
Casulo
De fora pra dentro
Sabido, lamento
Um Sonido
Silêncio
Quanto menos pôr
Mais longe
Um amor
Elefante
Forte o bastate
Pobre falante
Um achado
Passado
07 dezembro 2009
Sobretudo
Queria um lugar para deitar
Bebia pra não ver o tempo passar
Passava a beber para sonhar
Sonhava com um sonho bom
Pensava que precisava saber
Sabia que precisava pensar
Bebia pra não ver o tempo passar
Passava a beber para sonhar
Sonhava com um sonho bom
Pensava que precisava saber
Sabia que precisava pensar
19 novembro 2009
Cinzas
Sobre o saibro sóbrio sobra sabre
Tralha de uma batalha grisalha
Mangue de sangue, um bang-bang
Épica época hípica
Nenhuma haste em contraste que baste
Já era hora de amora
Espíritos a espreita
E a mera mira que no muro mora
Agira agora como um angorá
Tralha de uma batalha grisalha
Mangue de sangue, um bang-bang
Épica época hípica
Nenhuma haste em contraste que baste
Já era hora de amora
Espíritos a espreita
E a mera mira que no muro mora
Agira agora como um angorá
08 novembro 2009
Contra-bando
Com medo eu suavisei a morte
Com um dedo eu avisei a sorte
Que do corte inerte
Havia sangue vermelho
Vermelho bem forte
Me chamam de sério
Talvez eu até seja
Eu não me importo
(De certa forma)
Então que não me veja
Pois quanto mais eu corto
Mais ela almeja
Seja sangue vermelho
Seja sangue cereja
Abria no peito
Sobrava nos ombros
Dizia sem jeito
"Na vida dois caminhos
Mas nenhum é eleito"
Abria ferida
Fazia desfeito
Com um dedo eu avisei a sorte
Que do corte inerte
Havia sangue vermelho
Vermelho bem forte
Me chamam de sério
Talvez eu até seja
Eu não me importo
(De certa forma)
Então que não me veja
Pois quanto mais eu corto
Mais ela almeja
Seja sangue vermelho
Seja sangue cereja
Abria no peito
Sobrava nos ombros
Dizia sem jeito
"Na vida dois caminhos
Mas nenhum é eleito"
Abria ferida
Fazia desfeito
01 novembro 2009
Extra temporal
Em meio a tanta luz não sabia onde olhar
Era como vários tipos de flores no pomar
Sabia que era difícil se concentrar
Escolhia uma só para oferecer ao mar
Não sabia ao certo por que apenas uma
Não via como desobedecer
Era estranho mas sempre foi assim
E assim é que tinha que ser
Claro que era estranho
Ele não era desse mundo
Vinha de outro lugar
Deste, não estava a par
Ficava mais fácil de seguir
Comer o pão ao invés de sair
Comprar ou vender
Não via como desobedecer
Era estranho mas sempre foi assim
E assim é que tinha que ser
Era deselegante
Era falante
Era errada
Errante amante
Era como vários tipos de flores no pomar
Sabia que era difícil se concentrar
Escolhia uma só para oferecer ao mar
Não sabia ao certo por que apenas uma
Não via como desobedecer
Era estranho mas sempre foi assim
E assim é que tinha que ser
Claro que era estranho
Ele não era desse mundo
Vinha de outro lugar
Deste, não estava a par
Ficava mais fácil de seguir
Comer o pão ao invés de sair
Comprar ou vender
Não via como desobedecer
Era estranho mas sempre foi assim
E assim é que tinha que ser
Era deselegante
Era falante
Era errada
Errante amante
25 outubro 2009
Um nome
Ela tinha o nome que escolhia. A verdade é que ela tem vários nomes, ou um nome só e vários significados. A partir do momento que ela se via sozinha adotava um novo nome. Aquele que cabia mais fácilmente não era escolhido. Tinha que ser apertado... ou largo demais. De fato, os que não coubessem ela fazia caber. Podia ser rotulada como uma estilista de sentimentos, nomes, vontades...
A medida que usava um novo nome se via desfigurada. Mas a verdade é que ela experimentava o que a vida lhe dava mais do que qualquer outro. Tinha o tino pra saber a hora de sair e a hora de entrar. Vinha sempre sozinha, mas acompanhada de tantas outras, mesmo que sejam todas ela, que qualquer um se dava por satisfeito com apenas a sua presença.
Vigia os comportamentos dos outros, seus nomes e suas vestes. Cada pedaço de conhecimento do mundo lá fora tinha gosto de algodão doce. Ela era viciada nisso e não escondia. Dar um nome pra ela é como vestí-la. E é engraçdo como ela veste qualquer um que você dê. Sabe onde retocar, e o faz com um estilo próprio.
Ela andava desapercebida. Com um guarda-roupas cheio. Era difícil não se apaixonar por ela, pelo seu jeito de vestir, seu modo de andar e seu silêncio. Agora mesmo ela não estando mais sozinha, ainda troca de nome. De acordo com ela é uma estação. Vejo seu desfile a cada dia e tem sido umas das poucas coisas que me fazem feliz de participar.
A medida que usava um novo nome se via desfigurada. Mas a verdade é que ela experimentava o que a vida lhe dava mais do que qualquer outro. Tinha o tino pra saber a hora de sair e a hora de entrar. Vinha sempre sozinha, mas acompanhada de tantas outras, mesmo que sejam todas ela, que qualquer um se dava por satisfeito com apenas a sua presença.
Vigia os comportamentos dos outros, seus nomes e suas vestes. Cada pedaço de conhecimento do mundo lá fora tinha gosto de algodão doce. Ela era viciada nisso e não escondia. Dar um nome pra ela é como vestí-la. E é engraçdo como ela veste qualquer um que você dê. Sabe onde retocar, e o faz com um estilo próprio.
Ela andava desapercebida. Com um guarda-roupas cheio. Era difícil não se apaixonar por ela, pelo seu jeito de vestir, seu modo de andar e seu silêncio. Agora mesmo ela não estando mais sozinha, ainda troca de nome. De acordo com ela é uma estação. Vejo seu desfile a cada dia e tem sido umas das poucas coisas que me fazem feliz de participar.
23 outubro 2009
Do início ao fim
Da vontade, o cansaço
Do bom senso, o lenço
Do amigo, a mão
Do orgulho, escorregão
Uma sombra, dois irmãos
Do afago, a ilusão
Da ternura, obrigação
Do escondido, uma luz
Um céu, dois azuis
Do prazer, a dívida
Do amor, a dúvida
Das minhas às suas
Uma palavra, duas linguas
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