26 abril 2009
Abertos demais
Mundos diversos
bancos dispersos
um ônibus, uma janela, um bar
outra vida, outro olhar
caso optado
surdo ou calado
fatos de um lado
livros do outro
sinto-me solto
pouco envolto
Dos poros chorei
a culpa do direito
direitos da lei
de tudo que vi
do preço da escolha
seja o for, percebi
que pra consertar os olhos
a gente precisa fechá-los.
21 abril 2009
Sem título
A inspiração não vem de mim, eu a moldo. Engraçado perceber isso, mas é assim que é. Eu me vejo como um catalisador das coisas que leio e das novas associações que faço quando dou a sorte de me encontrar com combinações de fatos e notícias que antes a mim foram ignoradas. Fico muitas vezes esperando que algo aconteça. Esperar..... essa tem sido uma das minhas melhores façanhas ultimamente. Não que eu tenha esperado com paciência, sabedoria ou por opção, mas sim por enganação. Sim, um bom mentiroso, daqueles que mentem com medo da verdade. E quando ela chega me torno um ladrão, que rouba a verdade e tem a audácia de colocar em troca algo de menos valor para que a falta seja substituída pela loucura.
27 março 2009
Metadentro
Música alta nos fones de ouvido - começo a andar.
Minha vida parece ser um clipe infinto que só cessa quanto aperto o pause do tocador - aumento o volume.
O silêncio interrompe de uma faixa pra outra - atravesso a rua.
Um show visual que insiste em me tirar do meu mundo - mudo de faixa.
Volto pra casa e a única coisa que me acompanha hoje é a minha incerteza e o desejo de ser surpreendido pela música do meu celular me chamando pra sair - tiro a roupa.
Entrego meus desejos e anseios à água quente do chuveiro - deixo o rádio ligado.
Seco meus sonhos, escovo meus dentes e durmo... sem música.
11 março 2009
Guerra fria
Trago a S.I.D.A
Ávida por um corte
Trago a vida
Ácida como a morte
Corre a droga
Cor de fundo
Tomo nota
Tom imundo
Todos têm
De mim dó
Sou mais eu
Enfim só
Ávida por um corte
Trago a vida
Ácida como a morte
Corre a droga
Cor de fundo
Tomo nota
Tom imundo
Todos têm
De mim dó
Sou mais eu
Enfim só
26 fevereiro 2009
T(C)úmulo da esperança
Era rica de lembranças
que sabia de cor
dos males o pior
vivia a se lembrar
morria pra esquecer
nascia pra celebrar
Desde que morreu
aquela que só era planejar
que não sabia que sabia amar
agora era sol à beira mar
O osso que assumira
o que mais ela queria
fora ócio dia a dia
no que nada lhe valia
Sentia na pele
aos olhos da cara
que como um espelho que repeli
a carne que era rara
Eu ainda a queria
toda forte
toda pra mim
era como dizia:
não era sorte
ela era assim
era como vivia
uma vida de morte
uma morte sem fim
03 fevereiro 2009
Gramafone
Sérios rostos
dia-a-dia
Seriado
Caros amigos
longa data
Cariado
Ares férteis
raros efeitos
Areado
dia-a-dia
Seriado
Caros amigos
longa data
Cariado
Ares férteis
raros efeitos
Areado
02 fevereiro 2009
Som-neto
Falta valsa
Falta flauta
Falta alça
Falsa falta
Sinto indo
Sinto vindo
Sinto vinho
Vinho tinto
Faz de novo
Faz de conta
Faz de bobo
Bobo eficaz
Falta flauta
Falta alça
Falsa falta
Sinto indo
Sinto vindo
Sinto vinho
Vinho tinto
Faz de novo
Faz de conta
Faz de bobo
Bobo eficaz
23 janeiro 2009
O Espelho de Narcizo
Quero deixar claro o bem que me faz
E assim fazendo, te faço mais
Roubando pra mim o que cada pedaço trás
O máximo que sou capaz
Pra mim você é assim, séria e sincera
Apaga um pouco do que ninguém afaga
Compra caro sem ter o faro
Pule o que eu engoli
Seja abstrato ou um trato
não me corrói nem dói
Se eu a quisesse pegar
às minhas mãos ia faltar
E não é por medo que eu a preservo
é pelo seu poder que eu me enxergo
15 janeiro 2009
Cronodiálise
Estava ele sentado observando a vida alheia
onde sorriam os viventes e seus dentes
Estava ele calado vivendo alheio
quando alado corria ao lado
E ele cobra os que cobram
e sobra cobra na manobra
sobre cobre na mão nobre
"eles que se dobrem"
Ela beija do meu lado
eu a vejo e me beijo
ela julga minha fuga
então me prendo e compreendo
que não estava perto nem esperto
estava longe como monge
mais endereço do que pareço
Estava eu sentado observando a vida dele
onde dormiam os dormentes zen
Estava eu calado vendo o tempo
quando o quando era mais do que com quem
onde sorriam os viventes e seus dentes
Estava ele calado vivendo alheio
quando alado corria ao lado
E ele cobra os que cobram
e sobra cobra na manobra
sobre cobre na mão nobre
"eles que se dobrem"
Ela beija do meu lado
eu a vejo e me beijo
ela julga minha fuga
então me prendo e compreendo
que não estava perto nem esperto
estava longe como monge
mais endereço do que pareço
Estava eu sentado observando a vida dele
onde dormiam os dormentes zen
Estava eu calado vendo o tempo
quando o quando era mais do que com quem
09 janeiro 2009
Outono
Enfileiradas de forma anômala
compartilhando a desordem do mundo moderno
abarrotadas de desinformação
compradas pelas orelhas
sendo conceituadas pelas capas
que no começo vêm maduras desde criança
folha por folha
e saem, em sua maioria, secas ou podres
são elas ... as palavras dentro das idéias
cada vez mais as primeiras contorcem as últimas
e ai você pensa
tudo isso é pouco... sempre é.
23 dezembro 2008
Meme
Fui indicado pelo http://sonhadoresradicais.blogspot.com/ [obrigado!]
Essa brincadeira consiste em:
1. Linkar a pessoa que te indicou;
2. Escrever as regras do meme em seu blog; [para alguns, sair da rotina é complicado]
3. Contar 6 coisas aleatórias sobre você;
4. Indique mais 6 pessoas e coloque os links no final do post;
5. Deixe a pessoa saber que você o indicou, deixando um comentário para ela;
6. Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.
Bom, sairá como um post meu "as coisas aleatórias sobre mim", o que vier na cabeça :) [vale o momento, então, quero nem saber]
- Triste;
- Dúvida;
- Vazio;
- Fuga;
- Medo;
- Preguiça.
[Vou deixar os 6º's para que apareçam nos comentários se quiserem] :)
Que a brincadeira com os que eu escolhi possa continuar. E sabemos muito bem que não se trata só de uma brincadeira.
09 dezembro 2008
Sem solução única
Amigo secreto mais presente é igual a vida menos só.
A gente complica o incomplicável, provado por absurdo.
O melhor da vida sempre vem em companhia.
Só vive aquele que pode morrer.
De tudo que foi dito, só vale a pena lembrar aquilo que não se pode esquecer.
A gente complica o incomplicável, provado por absurdo.
O melhor da vida sempre vem em companhia.
Só vive aquele que pode morrer.
De tudo que foi dito, só vale a pena lembrar aquilo que não se pode esquecer.
07 dezembro 2008
Conversa fiada
Tem uma coisa, que não é bem uma coisa, é um sentimento.
Que passa a ser sentimento quando se expressa, não pelas palavras, mas pelos poros.
- ...A coisa só é sua, quando você sua!
Você perde a noção do tempo e passa a sentir em vez de fazer qualquer outra coisa.
- ...A gente só perde tempo nas nossas vidas quando paramos para percebermos o-tempo-que-estamos-perdendo-em-nossas-vidas.
É justo quando você pensa no que pensa que a coisa foge. E fica o nosso controle, o nosso plano, a nossa mente. Tudo normal, patético. Hoje temos muito mais conhecimento, mais patologias, sabemos identificar muitas coisas... eu não as queria identificar. 'Fale sobre você'. Fale-me você sobre mim, ou melhor, faça alguma coisa. A gente se conhece mais com o tempo?! Posso dizer que eu sou eu desde que fui eu até quando me conheci. Desde então, não mais.
Que passa a ser sentimento quando se expressa, não pelas palavras, mas pelos poros.
- ...A coisa só é sua, quando você sua!
Você perde a noção do tempo e passa a sentir em vez de fazer qualquer outra coisa.
- ...A gente só perde tempo nas nossas vidas quando paramos para percebermos o-tempo-que-estamos-perdendo-em-nossas-vidas.
É justo quando você pensa no que pensa que a coisa foge. E fica o nosso controle, o nosso plano, a nossa mente. Tudo normal, patético. Hoje temos muito mais conhecimento, mais patologias, sabemos identificar muitas coisas... eu não as queria identificar. 'Fale sobre você'. Fale-me você sobre mim, ou melhor, faça alguma coisa. A gente se conhece mais com o tempo?! Posso dizer que eu sou eu desde que fui eu até quando me conheci. Desde então, não mais.
27 novembro 2008
A Corda
Sem que se desse conta
ele pôs-se a contar...
tem quem lhe desse corda
desde a hora de acordar
De noite e de dia
colava no encarte
tinha medo da vizinha
tudo era arte
Um era de lua
Outro era de marte
Amigos de rua
vindos de toda parte
Foi passando
Foi passado
o futuro
papo furado
Tinha tempo
agora é gastado
caso fosse franco
teria gostado
A vida te furta
O laço é forte
A corda é curta
A missão, cumprida
18 novembro 2008
Falência anônima
Calço um sapato
Calço em falso
Cálcios fartos
Passos largos
Passo o dia
Passo em falso
Contra os prós
Contra um conto
Aumento um ponto
20 outubro 2008
Palavras não-ditas
Essa hora tinha que chegar
Enfrentar todo o pessimismo
Achar que o mundo vai acabar
Ver a euforia como paz
Trocar o certo pelo incerto
Sentir medo por sentir medo
Salvar o dia com a frase
Se importar até com a crase
Doer de tão exagerado
Doar de mão-beijada
Calar na hora mais gritante
Gritar na hora mais calante
Delegar a outro uma tarefa mais elegante
E ficar com a mais desconcertante
Ter outros olhos para amar
Amar outros olhos para ter
Enfrentar todo o pessimismo
Achar que o mundo vai acabar
Ver a euforia como paz
Trocar o certo pelo incerto
Sentir medo por sentir medo
Salvar o dia com a frase
Se importar até com a crase
Doer de tão exagerado
Doar de mão-beijada
Calar na hora mais gritante
Gritar na hora mais calante
Delegar a outro uma tarefa mais elegante
E ficar com a mais desconcertante
Ter outros olhos para amar
Amar outros olhos para ter
17 outubro 2008
Era glacial
Era palavra, razão
era um nada
mas eu não a conhecia
e ela padecia
Era pálida, vaga
era um 'não'
tinha sentido
mas não direção
Era presente, diferente
era vida
tomava conta
de ponta-a-ponta
Era muda, mudo
era medo
tudo casual
era glacial
29 setembro 2008
Vice-verso

Já me doei de peito aberto
Me doeu por completo
Já fui direto no caminho certo
Pra ver de perto meu deserto
Já me fiz de inconsciente
Na frente de muita gente
Inventei um monte de lente
Que sente de forma diferente
Mas que ainda me deixa carente
Faltei com atenção
Fiz como a tradição
Mofei na estação
E não vi a exceção
Cobri o feio com bonito
Calei a voz com um grito
E me tornei no havia escrito
24 setembro 2008
Eu vou, cativo
Abra a mente
Abracadabra
Cometa suicídio
Cometa Halley
Curta o pouco
Curta metragem
Vista algo
Vista cansada
Controle-se
Controle remoto
Sinta dor
Cinta liga
Vem sem medo
Ventania
Passe bem
Passeata
Abracadabra
Cometa suicídio
Cometa Halley
Curta o pouco
Curta metragem
Vista algo
Vista cansada
Controle-se
Controle remoto
Sinta dor
Cinta liga
Vem sem medo
Ventania
Passe bem
Passeata
18 setembro 2008
Emoções
Depois de 1h naquela varanda do prédio, Fausto sabia que não era um bom lugar para se esconder.
Acabara de matar seu patrão com 11 facadas.
- Estou de férias! Melhor assim.
Neste mesmo dia, seus números de aposta foram sorteados na loteria e ele estava agora milionário.
- Foi uma atitude exagerada talvez, mas com ele no meu pé eu não conseguiria usufruir desse prêmio - dissimulava Fausto ao se afastar da varanda e ir de encontro ao elevador do seu andar.
Agora no elevador ele sentia o sangue voltar a sua velocidade normal dentro das artérias e esfriar.
- Não foi a sangue frio que fiz isso, agora sim eu tenho uma prova disso.
Estranhamente ele via que agora sim começava a sentir o ambiente a sua volta. Matar, para Fausto, parece ter aflorado sua percepção.
- Preciso decidir pra qual lugar eu vou... hum, 7º andar por favor! - falava ele ao funcionário do elevador.
Chegando no 7º andar, viu que boa parte do que ele lembrava de lá estava agora com cores. Se tratava do andar no qual trabalhava uma amiga dele.
Cubículos separados, pedaços superiores das cabecinhas se movimentando salientes das separações secretariais.
Loira, bem vestida e dedos que teclavam rápido. Esta era sua visão.
- Poliana, será que você poderia me dar a honra da sua companhia numa viagem?
- Fausto, você sabe muito bem que estou trabalhando muito ultimamente... Não posso!.. Talvez em um dia de folga, se é que ele vai existir. Quando você está planejando?
- Amanhã... hum, poderia ser agora?
- Você está louco? Tenho um aluguel pra pagar esqueceu? rs Além do mais, estou sem dinheiro.
- E se eu te dissesse que amanhã será feriado?
- Depois a gente conversa, tá?! Estou ocupada.
- Então, calmamente Fausto se dirige ao seu cubículo, pega sua faca e volta até Poliana. 11 facadas. Todos ao seu redor parecem não esboçar reação: colegas de trabalho, faxineira...
Fausto olha para a tela do seu computador e acorda.
Tudo voltara ao normal. Seu MSN estava online, e ele ansiava pela oportunidade de mandar um emoticon.
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