Desce pela garganta uma forma estranha
Quer me matar
Quer minha entranha!
E ela me quer e ela me ganha
Faz do meu corpo morada
Do meu sangue sustento
Tem um pouco de nada
E um muito do tempo
Vê-se que nela eu me tenho
E tu também se assemelha
Sofro franzindo o cenho
Ao sentir uma pequena centelha
Queimo agora por dentro
Atado e sem alento
Vencido por um momento
Mas aquecido com seu lamento
Vá-se embora dissabor e amargura
Vinde pronto, ó ternura!
Quanto mais quero mais invento
Uma mentira para apartar meu sofrimento
Nesse caos se fulgura
Não digerir não é opção
E esperar parece sensato
Pois se foi nascido da negação
Será vencido pelo anonimato
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