29 agosto 2008

Gota d'água


Chovia lá fora.
Sobre o barulho das gotas caindo e do rádio tocando baixinho estava a voz dele ecoando em sua cabeça. Ela agora sabia que esse som ia durar mais do que ela gostaria.

"- Eu te falei. Você fica triste quando chove."

Apesar dela saber que isso era verdade, ainda veio em forma de dor.
Como a maioria das pessoas, Sofia achava que ser triste era errado. Então Sofia, só e fria, sofria ainda por ser triste. E sendo triste por ser triste ela não sabia como fazer parar... de chover.

- O que ganharia tentando provar o contrário? - questionava Sofia ao olhar pela janela, a chuva que insistia em deixá-la triste.

- Uma vez eu até fiquei feliz por chover. Mas logo depois que começou a chover eu realmente acho que me entristeci. Seria eu uma pessoa que fica feliz quando está triste?


A noite entrava pela madrugada, e Sofia sem perceber que era sua hóspede mais esperada, teimava em deixar seus pesamentos aonde era conseqüência e não a causa.

Fazia um tempo que ela estava imersa em tamanha tristeza. Sobravam perguntas e escorriam as respostas como a água da chuva que corria lá fora entre as pedras e telhas.

- Quando foi que tudo isso começou? Terá um fim?...

O som do rádio voltou a tocar, agora mais alto. Foi então que Sofia teve a resposta, mas era tarde agora. A chuva parou.

15 agosto 2008

Só brio


Sempre descrente
eu me via de frente
com minha mente
somada com a de tanta gente
escondendo o que sente
Então ao me contar esse fato
soube de imediato
era tudo contexto
de um pretexto
que agora contesto
em forma de protesto
Que eu não presto

E quem diria
Que justamente neste dia
Uma sombra enorme
de forma disforme
meio falsiforme
sumiria sem dar tchau
(como se nunca tivesse
feito nenhum mal)
atendendo minha prece
com toda pressa
vira vida impressa
o que era antes
dois amantes

04 agosto 2008

Os radicais livres no cesto do sentido

 

bolo, boleto

sono, soneto

corno, corneto

cia, cianeto

grave, graveto

traje, trajeto

complô, completo

ré, reto



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